Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 13:51‐13:56 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Um dos fatores que contribuem para a emergência de microrganismos multirresistentes é o uso inadequado de antimicrobianos, também evidenciado na comunidade, o que pode ser exemplificado pelo aumento da prevalência de agentes resistentes em infecções respiratórias e do trato urinário a antimicrobianos com elevada taxa de uso nesse cenário.
Objetivo: Avaliar o perfil de uso de antimicrobianos na população de Ribeirão Preto, SP
Metodologia: Moradores da cidade de Ribeirão Preto foram aleatoriamente convidados a responder a um questionário estruturado com questões referentes a variáveis sociodemográficas e ao uso de antimicrobianos, tais como frequência de uso, indicação, nome do medicamento, prática de automedicação.
Resultado: Responderam o questionário 230 pessoas, a maioria (59,6%) do sexo feminino, na faixa de 30 a 60 anos (51,3%), com ensino médio completo (34,3%) e superior (39,6%); 67% dos entrevistados afirmaram usar antimicrobianos com frequência anual, 36,1% responderam que já interromperam o uso por conta própria, seja porque os sintomas se resolveram ou por efeitos colaterais e 10% alegaram desconhecimento dos riscos associados ao uso desses medicamentos sem orientações; 25,7% dos entrevistados afirmaram já ter indicado algum antimicrobiano de que dispunham em casa para algum parentes e 23% alegaram já ter comprado antimicrobianos sem receita médica nos últimos três anos, apesar do regulamento sobre a proibição de venda. Não houve diferença estatisticamente significativa entre a variável grau de escolaridade e as variáveis avaliadas. Dentre as pessoas entrevistadas, 77,4% se lembraram do último antimicrobiano de que fizeram uso, amoxicilina foi o mais frequentemente usado (48,9%), seguido de azitromicina (11,8%) e ciprofloxacino (10,6%).
Discussão/conclusão: A análise dos dados desta amostra demonstra a elevada frequência de uso de antimicrobianos pelos entrevistados, bem como a alta taxa de não obediência ao tempo de uso recomendado, a frequência de uso sem indicação médica e a taxa de compra sem prescrição médica após a regulamentação da Anvisa. Apesar de basear‐se apenas em respostas dos entrevistados, o que pode trazer algum grau de incerteza, esta análise torna evidente a necessidade de medidas educativas da população como medida importante na promoção do uso racional de antimicrobianos, com potencial impacto no controle do avanço da resistência bacteriana.