12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A hepatite C é uma doença hepática, de etiologia viral, responsável pelo desenvolvimento de danos ao fígado que podem levar à cirrose e carcinoma hepatocelular. Existem diversos fatores de risco responsáveis pela transmissão, que podem incidir de maneira diferente em determinados grupos populacionais. Além disso, como muitos casos são assintomáticos, o diagnóstico precoce é moroso, colaborando para índices de prevalência e incidência variados entre os países e regiões estudadas.
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de pacientes com Hepatite C que são acompanhados no ambulatório de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC, tentando encontrar os principais fatores de risco locais.
Metodologia: Análise descritiva com base na análise de dados de prontuários de pacientes portadores do vírus da hepatite C, submetidos a um questionário direcionado a possíveis fatores de risco para infecção pelo HCV.
Resultados: Foram coletados dados de 100 pacientes. O presente estudo teve maior incidência de pacientes do sexo feminino (52%), na faixa etária entre 41 a 50 anos (35,2%), com escolaridade ensino médio completo (42,3%). Predomínio do Genótipo 1A (34,3%) Dos fatores de risco, 37,4% dos participantes receberam por transfusão de sangue (73% antes de 1993), 84,8% passaram por procedimento cirúrgico. Somente 1% dos pacientes passaram por diálise, 29% dos participantes relataram fazer uso de drogas inalatórias ou injetáveis, 27% dos participantes têm tatuagens ou piercings, 64% relatam que já compartilharam algum tipo de utensílio perfuro cortante, 75% dos entrevistados têm parceiro sexual fixo. De toda a amostra, somente 2 deles tiveram relações com parceiros do mesmo sexo, 8,8% usam preservativo em todas as relações, os demais não fazem uso. 15,2% dos participantes relataram Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), e 20% dos pacientes fizeram sessões de acupuntura. Na amostra, 57% tiveram o diagnóstico entre 2008 e 2017 e 93% fizeram tratamento para o HCV.
Discussão/Conclusão: Como cada região apresenta especificidades quanto à população e os fatores de saúde, deve‐se compreender que os dados que caracterizam uma população podem não caracterizar outra. Nesse sentido, os dados aqui coletados apresentam as especificidades de uma população e podem não ser aplicáveis a indivíduos avaliados em outros locais.