12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: O vírus da hepatite C (HCV) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) apresentam fatores de risco e rotas de transmissão similares, o que contribui para a prevalência de coinfecção de até 90% em grupos de risco. A coinfecção HCV/HIV acelera a progressão da fibrose hepática e está associada à cirrose e hepatocarcinoma. A introdução dos agentes antivirais de ação direta (DAA) no tratamento da hepatite C alterou o curso evolutivo da fibrose hepática. Avaliação correta dos graus de fibrose é fundamental para o tratamento, a classificação errônea pode subestimar graus avançados ocorrendo falhas terapêuticas. Os métodos APRI e FIB4 são mais utilizados, porém não têm elevada acurácia como a elastografia (?98%), sendo este o melhor método não invasivo para estadiamento desses pacientes, obtendo assim, maiores taxas de RVS.
Objetivo: O trabalho objetiva comparar o grau de fibrose hepática, por meio da elastografia hepática e dos escores APRI e FIB4, pré e pós tratamento da hepatite C com os DAA.
Metodologia: O presente trabalho faz parte de um estudo de coorte com coinfectados HCV/HIV no período de março de 2016 a setembro de 2019; até momento 22 pacientes constituem a amostra. O grau de fibrose hepática pré e pós tratamento foi avaliado pela elastografia hepática, APRI e FIB4.
Resultados: Na avaliação pré‐tratamento, obtivemos os valores pelo APRI: F0/F1: 40,9%, não é possível determinar fibrose: 36,4% e F3/F4: 22,7%; para o FIB4: F0/F1: 40,9%, não é possível determinar fibrose: 40,9% e F3/F4: 18,2%. Na elastografia: F1: 50%, F2: 13,6%, F3: 18,2% e F4: 18,2%.
Na avaliação pós‐tratamento, obtivemos os valores pelo APRI: F0/F1: 68,2%, não é possível determinar fibrose: 27,3% e F3/F4: 4,5%. Para FIB4: F0/F1: 50%, não é possível determinar fibrose: 40,9% e F3/F4: 9.1%, Na elastografia: F1: 63,7%, F2: 13,6%, F3: 4,5% e F4:18,2%.
Discussão/Conclusão: Através dos resultados obtidos podemos observar uma possível regressão fibrose hepática, avaliados pelos métodos APRI, FIB4 e elastografia hepática, pós tratamento com os DAA. Também é possível verificar que a elastografia hepática se mostrou mais acurada em relação ao APRI e FIB4 nos extremos de fibrose (F0/F1 e F3/F4), sugerindo discrepâncias entre as análises de fibrose entre os métodos, com possíveis repercussões clínicas nas formas de tratamento e acompanhamento desses pacientes.