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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 237
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AVALIAÇÃO DO BANHO COM CLOREXIDINA NA INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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Mariana Andrade Oliveira Reisa, Maria Claudia Stockler de Almeidab, Daniela Vieira Escuderoc, Eduardo Alexandrino Servolo Medeirosd
a Disciplina de Infectologia, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
b Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
c CCIH, Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
d Disciplina de Infectologia, CCIH, HSP, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

O uso do digluconato de clorexidina (CHG) para a antissepsia da pele é uma das ações dentro de um pacote de medidas (bundle) para prevenção de transmissão de microrganismos resistentes aos antimicrobianos (MDR) em particular, em unidades de terapia intensiva (UTI). O banho diário com CHG tem o objetivo de reduzir infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), entre elas causadas por MDR.

Objetivo

Avaliar o impacto da aplicação do banho diário com CHG degermante a 2% na incidência de IRAS em pacientes internados em UTI.

Método

Ensaio clínico, randomizado, realizado em quatro UTI de um hospital terciário de ensino. O estudo foi dividido em duas fases. Inicialmente, por dois meses (01/04/2014 a 31/05/2014), foi realizado treinamento da técnica do banho com CHG para as equipes de enfermagem. Posteriormente, por 12 meses (01/06/14 a 31/05/15), os pacientes foram randomizados em dois grupos. No grupo controle, os pacientes foram submetidos a banho diário com água e sabão, enquanto, no grupo intervenção, os pacientes foram submetidos ao banho diário com CHG. Nesse período, foram calculadas as densidades de incidência de IRAS e dos microrganismos causadores de infecção, densidade de incidência de IRAS por enterobactérias produtoras de KPC (carbapenemase) e taxa de mortalidade.

Resultados

Durante o período do estudo, foram randomizadas 1.640 pacientes internados nas UTI, sendo incluídos no estudo 1.427 pacientes (41,2% no grupo controle e 58,8% no grupo intervenção). A densidade de incidência de infecção por enterobactérias produtoras de KPC foi significativamente mais baixa no grupo intervenção (5,01 vs 2,25, p = 0,013), assim como a taxa de mortalidade (28,7% vs 18,7%, p < 0,001). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes nas densidades de incidência de infecção primária da corrente sanguínea (p = 0,125), de pneumonia associada à ventilação mecânica (p = 0,247) e de infecção do trato urinário associada ao cateter vesical de demora (p = 0,435), nem na densidade global de IRAS (p = 0,904).

Conclusão

Os resultados deste estudo sugerem que o uso de banho diário com CHG em pacientes adultos internados em UTI reduz a incidência de IRAS por enterobactérias produtoras de KPC e de mortalidade, quando comparado com o banho tradicional com água e sabão. O uso desta estratégia, como rotina geral para prevenção de IRAS é uma opção viável, de relativo baixo custo e baixa taxa de eventos adversos, neste grupo de pacientes.

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