12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A avaliação da eficiência de dispositivos médicos é fundamental para garantir o trabalho seguro aos profissionais da saúde, principalmente os que atuam no atendimento a pacientes com COVID‐19. Dessa forma, a aquisição de aventais, máscaras e respiradores PFF2/N95 requer o seguimento de um protocolo que assegure o rigor na avaliação dos mesmos.
Objetivo: Relatar a avaliação de amostras de aventais descartáveis, máscaras cirúrgicas e respiradores PFF2/N95 a partir de um protocolo para uso hospitalar.
Metodologia: As informações foram obtidas por meio dos registros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, que utiliza um protocolo para avaliar materiais usados nas precauções de contato e gotículas/aéreas. Os dados, de janeiro a setembro de 2020, compreenderam as compras realizadas por um hospital universitário, referência para atendimento a pacientes com COVID‐19, do interior do Paraná.
Resultados: A RDC 379/2020 flexibiliza temporariamente os requisitos para a fabricação, importação e aquisição de dispositivos médicos para uso em serviços de saúde, em virtude da emergência de saúde pública relacionada ao SARS‐CoV‐2, muitos produtos apresentaram qualidade duvidosa e poderiam ter colocado em risco a segurança dos profissionais da saúde. Identificaram‐se aventais de TNT com gramaturas baixas e frágeis ao toque, sem elásticos nos punhos e curtos; máscaras cirúrgicas com duas camadas finas de TNT e sem filtro interno, com costuras visíveis e sem clip metálico para o molde ao nariz. Nas avaliações das PFF2/N95, encontraram‐se modelos com passagem visível de partículas, sem encaixe ao rosto e com fragilidades na solda dos elásticos. Pelo protocolo institucional, o mínimo de requisitos para os aventais aprovados foi ter punhos com elástico, comprimento até os joelhos e amarras firmes; máscara cirúrgica com clip metálico, 03 camadas, retenção parcial de partículas e não formação de lacunas laterais; PFF2/N95 com retenção quase total de partículas, ajuste total ao rosto sem formação de lacunas e facilidade na respiração.
Discussão/Conclusão: Muitos produtos ofertados durante a pandemia não seguiam o mínimo de padrão de qualidade e segurança. Apesar da ANVISA ter permitido a compra e uso de dispositivos médicos sem alguns requisitos tradicionalmente exigidos pelos serviços de saúde, adquirir tais materiais pode colocar em risco a saúde dos profissionais e causar surtos institucionais, sendo essencial o seguimento de um protocolo com o mínimo de itens necessários para o trabalho seguro.