12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Hepatites virais são problemas mundiais de saúde pública. Em 2016, a OMS definiu na Agenda para Desenvolvimento Sustentável 2030 a meta de reduzir em 90% as hepatites crônicas e em 65% a sua mortalidade. Grande ênfase foi dada ao desenvolvimento de sistemas de vigilância em saúde e na análise de dados. No Brasil, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) centraliza os dados dos casos de Hepatites virais, contribuindo para o planejamento estratégico do combate às hepatites alinhado à meta da Agenda 2030. Das hepatites crônicas, metade dos casos é HVB e metade HVC.
Objetivo: Analisar as diferenças regionais e a tendência temporal dos casos notificados de Hepatite B ao SINAN no período de 2007 a 2018.
Metodologia: Classificar os casos notificados de Hepatite B pelos marcadores sorológicos; analisar as diferenças de idade de primeira infecção por região, gênero e grupo etário, bem como diferenças na taxa de detecção anual.
Resultados: Entre 2007 e 2018 foram notificados 487.180 casos de Hepatite B, dos quais 48,65% puderam ser classificados pelas definições oficiais e 97,5% pelas definições propostas neste estudo, porém mantendo alta correlação com a classificação oficial. Entre 2007 e 2018 a taxa de detecção geral permaneceu constante, porém com queda nas idades abaixo de 29. Para os maiores de 40 anos, aumentaram os casos de Hepatite B Crônica no período. Há grande heterogeneidade na distribuição de HBV entre as macrorregiões brasileiras, com as maiores incidências ocorrendo na região Norte. Além disso, as mulheres são infectadas em idades mais jovens do que os homens, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro‐Oeste.
Discussão/Conclusão: A distribuição temporal e etária dos casos de hepatite B entre 2007 e 2018 demonstra o efeito do programa brasileiro de vacinação contra HBV. As diferenças regionais por gênero refletem os comportamentos sexuais distintos das populações brasileiras nas diversas regiões do país.