Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 2 ‐ Horário: 13:37‐13:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O vírus da hepatite B (HBV) é uma doença de elevada transmissibilidade e impacto em saúde pública. No Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2018, a taxa de detecção de HBV no Brasil em 2017 foi de 6,5 casos por 100 mil habitantes; em Rondônia a taxa foi de 26,6 casos por 100 mil habitantes.
Objetivo: Caracterizar o perfil clínico e epidemiológico dos casos de HBV admitidos no Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem) do Estado de Rondônia em 2017.
Metodologia: Estudo retrospectivo de 167 prontuários de pacientes confirmados com HBV no Cepem, durante 2017. Avaliados quanto aos dados epidemiológicos, condições clínicas e perfil sorológico. Para as análises estatísticas foi usado o SPSS® versão 25.0.
Resultado: Foram incluídos 167 pacientes, com predomínio do sexo masculino (53,3%) e média de 45,3 anos. De acordo com a etnia, 83,2% eram pardos e 1,2% era indígena. O fator de risco mais importante foi o contato intrafamiliar com HBV (27,5%), o contato fraterno foi o mais prevalente (45,7%); seguido de transfusão sanguínea (11,4%), tatuagem (7,8%) e uso de drogas endovenosas (3,6%). Com relação às comorbidades, hipertensão arterial e diabetes mellitus tiveram 15,6% e 4,8% de prevalência, respectivamente. No momento do diagnóstico, 15 pacientes (9%) tinham sinais de doença hepática avançada, com hipertensão portal (esplenomegalia), 6/15 (40%) com características de doença hepática descompensada, com ascite. Todos tinham carga viral HBV detectável, desses 37/167 (22,2%) tinham>20.000 UI/ml. Apenas 11 pacientes (6,6%) tinham HBeAg positivo.
Discussão/conclusão: A prevalência de HBV na Amazônia é alta, principalmente quando comparada com a média do país. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2018, Porto Velho foi a segunda capital com maior taxa de detecção HBV em 2017; além da distribuição de casos segundo etnia/cor no estudo ter apontado 1,2% de indígenas, quase o dobro da média nacional (0,7%). Outro dado com destaque no estudo aponta que apesar de 37/167 (22,2%) pacientes terem DNA HBV>20.000 UI/ml, apenas 11 (6,6%) apresentavam sorologia HBeAg positivo. Assim, esse marcador deve ser usado com cautela com relação à atividade de reprodução viral. Mais campanhas de vacinação e de diagnóstico precoce devem ser implantadas, principalmente em áreas endêmicas, como a região amazônica.