12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Pé diabético se refere a uma infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associadas a alterações neurológicas e a vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos membros inferiores. Sendo uma das complicações mais frequentes do diabetes mellitus, suas consequências variam desde feridas crônicas e infecções até amputações de membros inferiores.
Objetivo: Esse trabalho tem o objetivo de investigar o perfil de resistência atual das principais bactérias causadoras de pé diabético, bem como saber quais são os esquemas terapêuticos mais adequados atualmente.
Metodologia: Trata‐se de uma revisão bibliográfica realizada no mês de outubro de 2020. As bases de dados eletrônicas utilizadas foram Pubmed, Sciencedirect e UPTODATE, utilizando‐se os descritores “diabetic foot ulcers” e “diabetic foot infections”.
Resultados: Os principais microrganismos causadores dessas infecções são as bactérias, sendo o perfil de espécies variável, com predomínio de infecções polimicrobianas, sobretudo em processos crônicos. Staphylococcus aureus, Streptococcus β‐hemolíticos, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter spp., Proteus spp., Peptostreptococcus spp., Bacteroides spp., Prevotella spp. e Clostridium spp., compreendem os principais microrganismos isolados dessas úlceras. Atualmente, há um crescente processo de resistência bacteriana por diferentes mecanismos, sendo os principais: expressão de enzimas que destroem os antimicrobianos (com destaque para as beta‐lactamases), produção de bombas de efluxo e alterações em canais de porinas. As bactérias citadas vêm se tornando resistentes principalmente às penicilinas, às cefalosporinas, aos macrolídeos e às fluorquinolonas. Assim, os fármacos que representam as opções terapêuticas mais adequadas atualmente são: metronidazol, linezolida, vancomicina, teicoplanina, amicacina, meropenem e clindamicina. Ainda, a escolha do antimicrobiano mais adequado irá depender de alguns fatores, tais quais: a gravidade do caso, o tempo de infecção (aguda ou crônica) e o perfil de resistência bacteriana local.
Discussão/Conclusão: O perfil de resistência bacteriana vem aumentando progressivamente e, por isso, o conhecimento atualizado a respeito desse perfil é fundamental na escolha da antibioticoterapia mais adequada a cada paciente, em especial nas infecções do pé diabético.