12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Na infecção do vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV‐1), a inflamação crônica persistente no sangue periférico e no sistema nervoso central resulta em danos neurológicos que impacta na capacidade motora dos pacientes. Diversos estudos demonstraram um loop de alta produção de IFN‐γ e maior linfoproliferação como responsáveis na manutenção da resposta inflamatória exacerbada nesta infecção.
Objetivo: Avaliar capacidade de IFN‐γ, linfoproliferação (LPA) e Carga proviral (CPV) de distinguir os grupos em diferentes estágios de progressão para a mielopatia associada ao HTLV‐1 (HAM).
Metodologia: Foi realizada a quantificação de CPV, LPA e IFN‐γ e comparados entre três grupos clínicos: 44 assintomáticos (PA), 48 com Síndrome Intermediária (SI) e 92 HAM.
Resultados: LPA esteve aumentada no grupo PA vs HAM (p<0,0001) e SI vs HAM (p<0,0001) mas não em PA vs SI e prediz o não agravamento de doença neurológica com 77,88%de especificidade. A quantificação de células produtoras de IFN‐γ foi diferente entre PA vs SI (p=0,0014) e PA vs HAM (p=0,0001) e prediz o não desenvolvimento de doença neurológica com 77,78%. A carga proviral de HTLV‐1 não apresentou diferença entre os grupos.
Discussão/Conclusão: A CPV não foi capaz de distinguir os grupos clínicos neste estudo, o que fortalece a hipótese de que HAM seja uma doença imunomediada. O teste de LPA pode ser um marcador paramonitorar pacientes com SI quanto ao agravamento de doença e a quantificação de células produtoras de IFN‐γ pode ser um forte candidato de biomarcador para monitoramento dos pacientes assintomáticos para o aparecimento de sintomas precoces subclínicos.