A pandemia da COVID-19 tem imposto grandes mudanças para o mundo, entre elas, o manejo e o diagnóstico de pacientes com essa enfermidade, que se tem mostrado um desafio ainda a ser superado, visto a alta transmissibilidade da COVID-19 e a similaridade dela com outras enfermidades como a Influenza. Dessa forma, o objetivo deste estudo é analisar variáveis como internações, mortalidade e gastos hospitalares referentes à Influenza no período da pandemia da COVID-19 e proporcionar medidas para se enfrentar essa e futuras pandemias.
MétodosCom base no sistema de dados da plataforma DATASUS realizou-se um estudo epidemiológico descritivo, em que foram coletadas informações sobre o número de internações, taxa de mortalidade, óbitos por faixa etária e gastos totais com hospitalizações, por influenza, no Brasil, de janeiro a setembro dos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020. Procedeu-se à análise percentual e média dos dados, comparando a média dos últimos três anos ao ano de 2020, ano de pandemia.
ResultadosDurante a pandemia da COVID-19, foram observadas 2147,11 internações, 6,59% de mortalidade nas internações e R$ 2.284.781,40 gastos com internações por gripe influenza. Esses números representam aumentos de 29,62%, 74,93% e 78,2%, respectivamente, nas médias de 1656,51 internações, de 3,77 % na taxa de mortalidade e do valor total de R$ 1.282.138,43 gastos com internações pela gripe influenza, os quais foram observados nos primeiros nove meses dos anos de 2017 a 2019. No ano de 2020, as faixas etárias de 80 anos ou mais, 70 a 79 anos e 60 a 69 anos obtiveram, 428, 329 e 258 óbitos, que representam, nessa ordem, aumentos de 72,85%, 179,6% e 268,57%, em comparação aos últimos três anos.
ConclusãoO atual estudo cumpriu seus objetivos, com o foco na análise da situação do vírus influenza, no período da pandemia em 2020 e os três anos anteriores, verificando o aumento das internações, taxa de mortalidade e dos gastos hospitalares. Também, buscou analisar as dificuldades no diagnóstico e de coinfecções com a influenza, juntamente com a pandemia da COVID-19, o que causou atraso nas notificações e confirmações dos casos que, consequentemente, resultou em mortes e piores desfechos dos casos clínicos. Embora seja uma pandemia da atualidade, foi possível analisar a necessidade de maiores preparos para esse cenário, com investigações e monitoramento de cepas virais, para haver posteriormente medidas de prevenção e controle.