Arboviroses são doenças infecciosas causadas pelos arbovírus que englobam o vírus da dengue, chikungunya e zika vírus. Apresentam o mosquito Aedes aegypti - artrópode hematófago - como vetor comum, o qual é encontrado em todo o Brasil devido, sobretudo, por falta de políticas públicas eficientes e empenho direto do estrato civil social. Essas doenças, além de serem endêmicas, podem deixar sequelas permanentes nos indivíduos, e até mesmo levar ao óbito em casos mais graves. Este trabalho objetiva descrever as características epidemiológicas de pacientes notificados com arboviroses, quanto à relevante porção de casos não preenchidos em território brasileiro no triênio 2018 - 2020.
MetodologiaTrata-se de um estudo descritivo, com dados secundários extraídos da ficha de notificação de dengue, febre Chikungunya e Zika vírus no Sistema de Notificação e Agravos (SINAN), disponibilizados pelo DATASUS.
ResultadosNo Brasil foram notificados 2.788.522 casos de dengue no triênio de 2018 a 2020, sendo que 2.131.003 (76,4%) obtiveram cura, 1.628 (0,05%) evoluíram ao óbito pela arbovirose, 428 (0,01%) foram ao óbito por outras causas, 393 (0,01%) estão com o óbito em investigação, e 655.070 (23,4%) indivíduos que não tiveram os dados de evolução preenchidos. Em relação à febre de chikungunya, foram notificados, para o mesmo intervalo de tempo, 397.115 casos no país, sendo que 266.035 (66,9%) obtiveram cura, 222 (0,05%) evoluíram ao óbito, 774 (0,19%) foram ao óbito por outras causas, 92 (0,02%) estão com o óbito em investigação e 129.992 (32,7%) não tiveram os dados de evolução preenchidos. Tratando-se de zika vírus, foram notificados 69.351 casos, sendo que 45.069 (64,9%), 22 (0,03%) foram ao óbito, 283 (0,4%) foram ao óbito por outros motivos e 23.977 (34,5%) não tiveram os dados de evolução preenchidos no intervalo analisado.
ConclusãoAs arboviroses são um problema de saúde pública que requer mais atenção. Nota-se que um mesmo vetor é capaz de disseminar várias doenças e comprometer permanentemente a vida dos indivíduos infectados. Esse cenário problemático requer políticas públicas sérias de controle do vetor durante todo o ano com o intuito de reduzir significativamente essa escalada constante no país. Ressalta-se, ainda, a relevância de preencher corretamente os dados de notificação compulsória, bem como a evolução da doença, visto que o número de dados não preenchidos é alarmante, dificultando um controle eficaz sobre essas patologias.