Ag. Financiadora: Fundep ‐ Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa
N°. Processo: ‐
Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 2 ‐ Horário: 10:51‐10:56 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O Projeto Horizonte/UFMG (PH), desde 1994, tornou‐se um espaço de promoção de saúde voltado para o público homo/bissexual. O estudo se presta a fazer atendimento multidisciplinar a voluntários homens que fazem sexo com homens (HSH), maiores de 18 anos, para prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e avaliar o impacto de ações educativas na redução da incidência dessas doenças. Os voluntários fazem a cada semestre rastreio para HIV, sífilis e hepatites virais.
Objetivo: Analisar as incidências de sífilis e HIV do PH em 2013, 2016 e 2017.
Metodologia: Analisaram‐se os resultados sorológicos para HIV e sífilis dos voluntários que fizeram acompanhamento no PH em 2013, 2016 e 2017. Os casos de sífilis foram definidos pelo exame de VDRL com títulos maiores do que 1:8. Consideraram‐se casos novos de infecção pelo HIV os que apresentaram positividade para dois exames sorológicos (Quimioluminescência e Western Blot).
Resultado: Em 2013, 2016 e 2017 a incidência de infecção pelo HIV foi, respectivamente, 5,0% (14/279), 2,9% (3/137) e 0 (0/101). Já a incidência de sífilis no mesmo período foi, respectivamente, 3,9% (11/279), 7,3% (10/137) e 9,9% (10/101).
Discussão/conclusão: Apesar da diminuição do número de voluntários ao longo dos anos, observa‐se queda da incidência de infecção pelo HIV, que se contrapõe ao aumento de quase três vezes na de sífilis. Em relação aos novos casos de infecção pelo HIV, os dados diferem dos apresentados pela Secretaria estadual de Saúde de Minas Gerais (SES‐MG), que mostrou aumento de 1,44 vez de 2014 a 2016. Já em relação aos casos de sífilis adquirida notificados, os dados da SES‐MG mostram aumento de 3,32 vezes na incidência entre 2013 e 2016, próximo ao que se encontrou em nosso estudo. Apesar do número de infectados pelo HIV ter diminuído no PH ao longo dos anos, o aumento da sífilis mostrou que mesmo em acompanhamento especializado sistemático (clínico e psicossocial), expostos a ações educativas contínuas e com acesso a preservativos, os voluntários incorreram em situações de alto risco para a infecção pelo HIV, especialmente relações sexuais desprotegidas. É necessário, portanto, aprofundar a investigação dos fatores individuais, sociais e comportamentais que interferem na adoção de práticas sexuais seguras de forma consistente.