12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A meningite meningocócica é uma doença endêmica com altas taxas de complicações e letalidade. Diante da importância da prevenção, a vacina meningocócica C foi implementada no Plano Nacional de Imunizações (PNI), disponibilizada no esquema de doses aos 3, 5 e 12 meses, aplicável até os 5 anos. Nesse sentido, é fundamental analisar a relação do impacto da cobertura vacinal nas regiões brasileiras com o número de internações por meningite meningocócica.
Objetivo: Comparar os índices de cobertura da vacina meningocócica C conjugada com o número de internações por meningite de crianças de 0 a 9 anos, nas macrorregiões brasileiras de 2010 a 2019.
Metodologia: Estudo observacional, descritivo e quantitativo, com dados agregados e secundários de internações e cobertura vacinal para meningite meningocócica, na faixa etária de 0 a 9 anos de 2010 a 2019, por regiões do Brasil. A seleção do período e faixa etária considerou avaliar o impacto a longo prazo após a introdução da vacina no PNI em 2010 e a população alvo (menores de 1 ano) vacinada desde então, cuja faixa etária no ano de 2019 estava entre 0 e 9 anos. Os dados foram coletados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI‐PNI). As variáveis utilizadas foram: número de internamentos por meningite, ano de atendimento, faixa etária, macrorregião geográfica, casos confirmados e ano de notificação.
Resultados: De 2009 a 2010 observa‐se um aumento de 94% do número de internações de crianças de até 9 anos. Em 2011, com o PNI, a cobertura vacinal saltou de 26,88% em 2010 para 105,66% em 2011, ultrapassando a meta estimada, período no qual notou‐se um declínio de 6,6% do número de internações por meningite. Após este período (de 2012 a 2015), o número de internações registradas sofreu declínio gradativo em menores percentuais anuais. A cobertura vacinal evidenciou períodos oscilatórios, sofrendo queda de 9,87% de 2015 para 2018, período no qual evidenciou‐se um aumento (de 4,1%) do número de internações.
Discussão/Conclusão: Observou‐se um declínio de internações de crianças até 9 anos, em território nacional, após a instituição vacinal em 2011. O declínio se manteve até 2015 e após isso observou‐se aumento do número de internamentos concomitante com a redução da cobertura vacinal. A correlação inversa entre cobertura vacinal e os internamentos sugere que a vacina pode ter um impacto importante na redução dessas internações.