12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: O portador sadio da Neisseria meningitidis (N. meningitidis) é o principal responsável pela transmissão da doença meningocócica. Em torno de 10% dos indivíduos assintomáticos apresentam se colonizados pela N. meningitidis.
Objetivo: Avaliar o estado de portador sadio de N. meningitidis em estudantes de medicina, o conhecimento destes sobre seu “status” vacinal em relação a este microrganismo e enumerar os fatores de risco a que estão submetidos.
Metodologia: Após o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, estudantes do primeiro e do oitavo período do curso médico foram submetidos a um questionário estruturado e a coleta de secreção de nasofaringe, a qual foi semeada em menos de 12 horas. Este projeto foi aprovado no CEP.
Resultados: Não houve crescimento de N. meningitidis em nenhuma das 99 amostras coletadas. Dos 99 questionários analisados, 84,7%, pertenciam ao ciclo básico 84,7% e 15,3% eram do ciclo clínico. A idade variou de 18 a 34 anos média de 23 com desvio padrão de +3,4, o gênero feminino foi o mais frequente, 58% do total. Em relação ao conhecimento do seu “status” vacinal, 45,2% relatavam terem sido vacinados, 51,6% não sabiam se haviam sido imunizados, 3,2% relaram não ter sido vacinados, sendo que 7 estudantes não forneceram nenhuma informação. Dos 42 que relataram terem sido vacinados, a média de idade foi de 23,1 anos, com desvio padrão de +3,0, sendo que 23,8% pertenciam ao ciclo clínico. No grupo de 48 estudantes que não sabiam informar seu status vacinal, a idade média foi de 22,8% com desvio padrão de +3,6, sendo que apenas 10,4% pertenciam ao ciclo clínico. Nenhum aluno apresentava predisposição para o desenvolvimento de doença meningocócica.
Discussão: A ausência de colonização pela N. meningitidis em todas as amostras estudadas foi um achado inesperado, tendo sido muito diferente do observado habitualmente na literatura. Durante a pesquisa as técnicas de coleta, transporte e cultivo foram revistas não sendo encontrada qualquer falha que pudesse explicar os resultados encontrados. Observou se que os estudantes do ciclo clínico apresentavam um maior conhecimento do seu “status” vacinal, comparado com os alunos do ciclo básico, provavelmente em consequência do aprendizado médico ao longo de sua formação.
Conclusão: Não foi encontrado nenhum estudante colonizado pela N. meningitidis, independente do status vacinal e dos riscos apresentados. Alunos do ciclo clínico apresentam um maior conhecimento sobre o seu status vacinal do que os do ciclo básico.