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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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ALTAS TAXAS DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES NAS INFECÇÕES RELACIONADAS ÀS FRATURAS: MUDANÇA DO CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO
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Daniel Litardi Castorino Pereira
Corresponding author
daniellitardi@gmail.com

Corresponding author.
, Patrícia Zaideman Charf, Mauro Jose Costa Salles, Maria Augusta Moreira Rebouças, Carolina Coelho Cunha, Isabelle Caroline Frois Brasil, Laís Sales Seriacopi, Thomas Stravinskas Durigon, Ingrid Nayara Marcelino Santos, Mariana Neri Lucas Kurihara, Mayara Muniz de Andrade Silva, Laura Batista Campos, Adriana Macedo Dell Aquila
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A incidência da infecção relacionada à fratura (IRF) pode variar de 0,4 a 32%, sendo ainda maior em fraturas expostas. Os principais patógenos descritos são os cocos Gram-positivo (CGP), em especial o S. aureus. Entretanto, estudos que avaliam informações epidemiológicas e microbiológicas nas IRF são escassos no Brasil. Este estudo descreve a incidência de IRF e os patógenos associado em um hospital público terciário universitário brasileiro ao longo de 3 anos de coleta de dados.

Métodos

Estudo transversal, unicêntrico, com dados coletados entre março de 2020 e março de 2023 de pacientes maiores de 18 anos com fraturas ósseas fechadas e expostas submetidas à fixação ortopédica, exceto próteses articulares. Para o diagnóstico de IRF foi utilizada a definição proposta por METSEMAKERS et al (2017).

Resultados

Do total de 462 pacientes incluídos, 71,6% foram do sexo masculino com média de idade de 47,6 anos (DP±20,8). As principais comorbidades foram Hipertensão Arterial Sistêmica (19,3%), tabagismo (19,3%) e etilismo (17,3%). As fraturas expostas foram 25,1% dos casos, sendo a classificação de Gustilo-Anderson do tipo 3-A a mais frequente (69,8%). A incidência global de IRF, em fraturas fechadas, e em fraturas expostas foi de 19,7%, 16,5%, e 29,3% respectivamente. A principal profilaxia cirúrgica foi uma cefalosporina de 1a ou 2a geração (84,6%) associada a um aminoglicosídeo (44,6%) ou isolada (43,1%). Os principais patógenos identificados foram S. aureus (22,1%), K. pneumoniae (11,6%), S. epidermidis (10,5%), demais Staphylococcus coagulase-negativo (10,5%), E. coli (6,3%), P. aeruginosa (5,3%), Streptococcus spp beta-hemolítico (4,2%), outros CGP (9,5%) e outros bacilos Gram-negativo (BGN) (20,0%). A resistência à meticilina foi identificada em 60% das cepas do gênero Staphylococcus e a multidroga resistência (MDR) foi identificada em 53,7% dos BGN.

Conclusão

A incidência de IRF global e em fraturas expostas foi elevada, assim como em fraturas fechadas nas quais menores valores são previstos devido à adoção sistemática da profilaxia antimicrobiana cirúrgica. A elevada frequência de BGN (43,2%) demonstrando perfil de MDR (53,7%) associada a uma alta resistência à meticilina do gênero Staphylococcus (60%) apontam para uma mudança no perfil epidemiológico de IRF e sugerem a revisão da profilaxia antimicrobiana em cirurgias ortopédicas com implantes no Brasil.

Palavras-chave:
Infecção relacionada a fratura Epidemiologia Multidroga Resistência
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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