XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoEste estudo teve como objetivo avaliar a experiência de estudantes de mestrado em educação e tecnologias em saúde ao utilizar a realidade virtual (RV) para visualizar um caso clínico de entrega de diagnóstico e consulta inicial de um paciente com HIV. Buscamos investigar a aceitação, facilidade de uso, emoções evocadas e percepções dos estudantes em relação ao uso da RV.
MétodosFase 1 - filmagem em 360° de um caso clínico, em que um médico entregava o diagnóstico e realizava a consulta inicial com um paciente vivendo com HIV, na presença de estudantes (os alunos eram os atores). Fase 2 - Os estudantes foram convidados a assistir ao filme dessa experiência usando dispositivo de RV da Meta (Q-quest2). Após a visualização, os participantes responderam a um questionário de avaliação, com respostas no formato de escala likert (5 graduações).
ResultadosDos estudantes participantes, 66,5% eram do sexo masculino. Observamos que 64% dos estudantes nunca haviam participado de atividades com RV anteriormente. Embora 9% dos participantes tenham relatado desconforto (cefaleia e tontura) durante a experiência, a maioria (64%) achou o sistema fácil de usar e acreditou que as pessoas aprenderiam a utilizá-lo rapidamente. Em relação às emoções evocadas, a escala revelou que a ansiedade foi relatada como "muito intensa" por 11,1% dos estudantes, enquanto 22,2% não concordaram nem discordaram dessa emoção. Medo foi relatado como "nem concordo nem discordo" por 33% dos estudantes, e felicidade foi descrita como "muito intensa" por 22,2% dos participantes. Culpa foi ausente para 88,9% dos estudantes, surpresa recebeu concordância de 66,7% e tristeza foi discordada por 88,9% dos participantes. As avaliações individuais destacaram o interesse e a percepção de que a RV será parte integrante de nossas vidas no futuro, bem como a possibilidade de melhorias no ensino por meio do uso da tecnologia.
ConclusãoA utilização da realidade virtual como ferramenta para a visualização de casos clínicos de pacientes com HIV mostrou-se promissora para a educação em saúde. Os estudantes relataram emoções variadas durante a experiência, sendo a ansiedade e a felicidade as mais destacadas. Os resultados indicam que a RV é percebida como uma ferramenta de fácil utilização e que desperta interesse e potencial para melhorar o ensino. Estudos futuros devem aprofundar a análise das emoções e investigar o impacto da RV no aprendizado e na prática clínica.