12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Passados mais de 30 anos do início da epidemia, o HIV/Aids permanece como um agravo de importância global. Ao analisar a distribuição da doença no país, foram observados números relevantes de infecções na população idosa. Com aumento da sobrevida, a infecção pelo HIV pode causar impacto na qualidade de vida e senilidade desta população.
Objetivo: Estimar a prevalência de casos de HIV/Aids em idosos e descrever o perfil demográfico e clínico desta população no estado do Paraná.
Metodologia: Trata‐se de um estudo transversal, descritivo. A amostra foi constituída por pessoas acima de 60 anos notificadas com HIV/Aids no Sistema de Informações de Agravos de Notificação entre janeiro/2009 e dezembro/2019 no Paraná. O Estado é dividido por 399 municípios, com uma população estimada para 2020 de 11.516.840 pessoas. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Science. CAAE: 00603718.6.0000.5231.
Resultados: No período de 2009 a 2019, foram notificados 1666 casos de HIV/Aids em idosos no Paraná. O número de notificações se apresentou de forma ascendente, com 78 (4,7%) em 2009, para 237 (14,2%) notificações em 2019. A região do Estado com maior preponderância de casos foi a Leste, concentrando mais da metade das notificações (n=916; 55,0%). Em relação as características demográficas, prevaleceram homens (n=960; 57,6%), faixa etária de 60 a 69 anos (n=1372; 82,4%), cor branca (n=1215; 72,9%), com até 8 anos de estudo (n=887; 53,2%). Dentre o tipo de exposição ao HIV/Aids, houve domínio do heterossexual (n=1297; 77,9%). O sinal clínico definidor de Aids com maior predomínio foi contagem de linfócitos T CD4+ menor que 350 cel/mm3 (n=764; 45,9%) segundo o critério CDC Adaptado, seguido da caquexia ou perda de peso maior que 10% (n=530; 31,8%) de acordo com critério Rio de Janeiro/Caracas. Em relação a evolução dos casos, foram notificados 323 (19,4%) óbitos por Aids em idosos em uma década de estudo.
Discussão/Conclusão: Os avanços sociais e as melhorias nas condições gerais de vida da população repercutem na expectativa de vida. A soma desses fatores reflete na incidência de HIV/Aids em idosos, tornando‐se progressiva. Portanto, é imprescindível reconhecer as diferenças e especificidades dos idosos vulneráveis à exposição ao HIV, a fim de nortear a implementação de políticas e programas visando o diagnóstico precoce, redução do estigma e melhora da qualidade de vida dos indivíduos acometidos.