12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: No contexto da pandemia de COVID‐19, a implementação de medidas de monitoramento e prevenção da contaminação ocupacional são de extrema importância nos serviços de saúde. O Instituto Adolfo Lutz (IAL)–Laboratório Central vem atuando nas análises laboratoriais de pacientes com suspeita de infecção pelo SARS‐CoV‐2, incluindo os profissionais de saúde que atuam no atendimento destes pacientes.
Objetivo: Avaliar a frequência de resultados positivos por diagnóstico molecular de SARS‐CoV‐2 nas amostras de profissionais da saúde do estado de São Paulo, encaminhados ao Centro de Patologia do IAL.
Metodologia: Realizamos um estudo transversal retrospectivo utilizando dados demográficos e laboratoriais de pacientes residentes no estado de São Paulo. Incluímos apenas os profissionais da área da saúde, cuja amostra tenha sido encaminhada para identificação de SARS‐CoV‐2 por PCR em tempo real, entre março e setembro de 2020.
Resultados: Foram analisadas 10254 amostras de pacientes com suspeita de infecção por SARS‐CoV‐2. Destes, 257 (2,5%) foram identificados como profissionais da saúde, com faixa etária entre 18 a 68 anos (média=38,1 anos), predominando o sexo feminino (n=217, 84,4%). O diagnóstico de infecção foi confirmado em 55 (21,4%) destes indivíduos, sendo 46 (83,6%) mulheres e 9 (16,4%) homens. As regiões do estado de São Paulo com maior frequência de profissionais analisados foram Araçatuba (n=67, 26,1%), Vale do Paraíba (n=50, 19,5%), Região Metropolitana de SP (n=37, 14,4%) e Presidente Prudente (n=33, 12,8%).
Discussão/Conclusão: As amostras de profissionais da saúde vieram de várias regiões do estado de SP, sendo a maioria da região de Araçatuba, onde ocorreu um grande número de casos suspeitos. A principal estratégia para o controle da COVID‐19 tem sido o distanciamento social, porém esta estratégia não é aplicável aos profissionais da saúde. No início da pandemia, a falta de conhecimento sobre o vírus e a proteção inadequada contribuíram para o aumento de casos e mortes dos profissionais que atuam na linha de frente no combate à doença, no entanto, nem todos se contaminaram no ambiente de trabalho. A contaminação neste grupo é sempre problemática porque os casos assintomáticos representam risco no ambiente de trabalho e os profissionais sintomáticos causam a redução do contingente. Portanto, monitoramento destes profissionais é essencial para a contenção do vírus e para a manutenção do sistema de diagnóstico e promoção da saúde.