12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A sífilis é uma condição infecciosa causada pela bactéria Treponema Pallidum (T. Pallidum) e apresenta‐se de duas formas: congênita e adquirida. A primeira trata‐se da infecção transmitida da mãe para o feto, o qual pode ser acometido por sérias complicações, inclusive o óbito. Já a forma adquirida dá‐se pelo contato sexual e divide‐se nos estágios primário, secundário, latência e terciário; podendo ter sintomas que vão desde uma simples ferida no local de inoculação da bactéria até o acometimento dos sistemas nervoso e cardiovascular quando não tratada de forma adequada. Nesse contexto, a detecção precoce da infecção é de suma importância, sendo possível por métodos treponêmicos, como os testes rápidos, e pelos não treponêmicos, o que agiliza o tratamento e contribui para diminuição da transmissão.
Objetivo: Investigar a prevalência de sífilis em um município do Sul de Minas Gerais.
Metodologia: A presente pesquisa trata‐se de um estudo observacional, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado entre o período de 2013 a 2018, em um município do Sul de Minas Gerais. Os dados foram obtidos por meio do Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e passaram por uma análise descritiva.
Resultados: No período em questão, houve 468 casos de sífilis diagnosticados, observando‐se um aumento anual. Desses, 59,6% eram homens, 55,5% dos casos foram em pessoas brancas, 26,3%, em pardas e 17,5%, em negras. As pessoas com Ensino Médio completo (26%) foram as mais afetadas, seguidas das pessoas que tinham o Ensino Fundamental incompleto (12,8%). A faixa etária com maior número de diagnósticos foi a de 15 a 34 anos, correspondente a 50,64% de casos. Os adultos de 35 a 64 anos correspondem a 41,9%, as pessoas com mais de 65 anos, a 6,8% e as com menos de 15 anos, a 0,6%.
Discussão/Conclusão: Em uma comparação, notou‐se que, em 2018, o número de casos de sífilis adquirida, na cidade, foi de 117,5 por 100 mil habitantes, enquanto em Minas Gerais, o número foi de 29,0, e no país, de 28,9 pela mesma quantidade de habitantes, indicando uma alta taxa no município comparada a níveis estadual e nacional. Além disso, observou‐se um aumento crescente da sífilis nos últimos anos no município investigado. Assim, é notável a necessidade de ampliar o acesso à testagem rápida, oferecida sem custos pelo Sistema Único de Saúde, e de otimizar a divulgação de informações para a população em geral sobre prevenção, detecção e tratamento, fortalecendo a política de saúde pública no que se refere ao combate à sífilis.