Apesar de mais frequente nos pulmões, a Tuberculose (TB) também atinge outros órgãos através da corrente sanguínea, o que se denomina de tuberculose extrapulmonar (TBEP).
ObjetivoDescrever os casos de tuberculose extrapulmonar notificados, nos anos 2018 a 2020, antes e durante a pandemia de COVID-19, na 17ª Regional de Saúde do Estado do Paraná (RS/PR).
MétodoEstudo transversal e quantitativo, utilizando banco de dados do Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN), no período de 2018 a 2020. Os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 22.0, por meio de frequência simples e relativa (CAAE 38855820.6.0000.5231).
ResultadosForam notificados 1000 casos de TB no período de 2018 a 2020 na 17ª RS/PR, sendo que 13,5% (n = 135) foram diagnosticados com TBEP. Em 2018 ocorreram 58 casos, em 2019, 45, e em 2020, 32. A maioria do sexo masculino (56,3%), raça/cor autodeclarada branca (65,4%), com mais de 10 anos estudo (56,9%), mediana de 36 anos, sendo que 45,2% tinham entre 20 e 39 anos. Quanto à forma, a mais frequente foi a pleural, com 48,9%, seguido pela ganglionar periférica (13,3%), a meningoencefálica (8,1%), óssea (6,7%), ocular (4,4%), miliar (4,4%), geniturinária (3,7%), cutânea (1,5%) e outras (8,9%). Quanto ao tipo de entrada, 86,7% eram casos novos, 6,7% por transferência, 4,4% foram recidiva e 2,2% reingresso após abandono. Com relação aos agravos associados à TB, 20,3% eram tabagistas, 13,6% faziam uso álcool, 12,9% eram diabéticos, 12,6% tinham o diagnóstico de HIV/AIDS, 6,0% utilizavam algum tipo de droga ilícita, 3,8% doença mental e 25% outros. Foi realizado o tratamento diretamente observado (TDO) em 69,2%. Quanto ao encerramento, respectivamente, 57,9% evoluíram a cura, 11,6% abandonaram o tratamento, 9,1% mudaram de diagnóstico, 7,4% óbito por outras causas, 6,6% mudaram de diagnóstico, 4,1% tiveram o esquema alterado, 1,7% apresentaram droga resistência, e 1,7%, evoluíram a óbito pelo agravo.
ConclusãoObserva-se, portanto, no estudo, que o predomínio dos casos com TBEP foi no sexo masculino, raça/cor branca, com mais de 10 anos de estudo, com idade entre 20 e 39 anos, com a forma pleural seguida da ganglionar. O modo de entrada foram casos novos, tabagistas, em uso do álcool, diabéticos e com HIV. Em relação ao tratamento houve adesão quanto ao TDO. Como desfecho foi a cura, entretanto, houve abandono.