12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A COVID‐19, causada pelo vírus SARS‐CoV‐2, afeta extensamente o pulmão e pode levar a casos graves que necessitam de terapia intensiva. A infecção também pode ter manifestações extrapulmonares, sendo umas das mais comuns as hematológicas. Estudos apontam alta incidência de eventos tromboembólicos como trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar na COVID‐19, onde o estado de hipercoagulabilidade tem importante papel e a tromboprofilaxia pode ser responsável por um melhor prognóstico. Assim, torna‐se necessário a avaliação do perfil desses indivíduos, bem como os benefícios e a duração da tromboprofilaxia após a doença, uma vez que o tromboembolismo venoso (TEV) está relacionado à maior gravidade e taxa de mortalidade.
Objetivo: Discutir a necessidade e a duração da profilaxia para TEV após a COVID‐19, considerando a evidência de TVP tardia no acompanhamento após a doença.
Metodologia: Relato de caso de paciente do sexo masculino, 64 anos, com diagnóstico de COVID‐19 por quadro clínico compatível associado ao teste sorológico positivo. Apresentou‐se ao pronto atendimento (PA) 11 dias após o início dos sintomas (DIS) com desconforto respiratório, sendo internado e medicado. Recebeu alta no 7° dia após a internação com melhora clínica significativa. Ainda apresentava astenia, tosse, dispneia grau mMRC1 e exames laboratoriais exibiam PCR 9,82, leucopenia e dislipidemia à avaliação 36 DIS. Procurou novamente o PA em 56 DIS devido à dor, sinais de empastamento e edema em membro inferior esquerdo (MIE). Ecodoppler evidenciou tromboflebite de safena parva esquerda, sendo diagnosticado com TVP em MIE. Foi internado e medicado com varfarina 5mg/dia, mantendo seu uso após alta e com boa resposta ao tratamento.
Discussão/Conclusão: A COVID‐19 é uma doença recente e suas repercussões a longo prazo ainda estão sendo estudadas. É importante reconhecer que complicações tromboembólicas como a TVP podem ocorrer mesmo após vários dias da infecção. É necessário estar alerta aos sinais e sintomas de TEV em pacientes curados da COVID‐19, especialmente nos casos mais graves, a fim de estabelecer um diagnóstico rápido, eficaz e evitar complicações. Ainda, cabe a discussão sobre a necessidade de profilaxia e sua duração após a infecção, uma vez que a ocorrência de eventos tromboembólicos tardios foi evidenciada mesmo após a cura da doença.