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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-036
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TROMBOSE SÉPTICA DE SEIO CAVERNOSO BILATERAL POR CA-MRSA
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Lethicia Bernardo Chimello, Andre Giglio Bueno, Kahena Ignjatovic Faiçal, Rodrigo Ferreira Faria, Pâmela Sarto Lopes, Paulo Pera Neto
Hospital PUC-Campinas, Campinas, SP, Brasil
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Introdução

A tromboflebite séptica de seio cavernoso (TSSC) é uma patologia bastante rara e com elevada morbiletalidade. O Staphylococcus aureus é o agente mais frequentemente isolado, podendo ocorrer disseminação a partir de infecções de face/seios da face ou primariamente como complicação de bacteremia. Há relatos de caso em literatura descrevendo o S. aureus resistente à meticilina da comunidade (CA-MRSA) como agente etiológico da TSSC, mas nenhum relato brasileiro. Apesar deste patógeno ser endêmico em alguns países, sua epidemiologia é pouco conhecida no Brasil. Sendo assim, as infecções por CA-MRSA no Brasil são bastante desafiadoras pois frequentemente a terapia empírica para infecções estafilocócicas comunitárias não contemplará esse patógeno e, devido ao potencial de carregar diversos fatores de virulência, os casos podem se apresentar de forma extremamente grave e com alta letalidade.

Objetivo

Relatar caso de TSSC por CA-MRSA.

Resultados

Masculino, 27 anos, hígido, usuário de cocaína inalatória, há 3 dias com febre, dor ocular, edema e vermelhidão em região orbital esquerda. Havia implantado um piercing nasal cerca de 1 mês antes. Sintomas progrediram para o lado direito e na admissão tinha proptose, quemose e hiperemia orbitária bilateral. Estava febril, taquicárdico e hipotenso, além de sonolência e rigidez nucal. Prescrita Oxacilina e coletadas hemoculturas e líquor. Líquor apresentou intensa pleocitose neutrofílica, hipoglicorraquia e hiperproteinorraquia. TC de tórax identificou múltiplos nódulos periféricos, compatível com embolizações sépticas. No dia seguinte à admissão houve piora do nível de consciência, necessidade de intubação orotraqueal e internação em UTI. Com cerca de 48h de internação foi identificado S. aureus resistente à oxacilina em ambas as amostras de hemocultura, momento em que houve a substituição de Oxacilina por Vancomicina associada à Clindamicina. Na sequência houve melhora da curva térmica e melhora clínica, sendo possível a extubação e alta para a enfermaria. Angiotomografia de crânio confirmou a presença de trombose bilateral de seio cavernoso e trombose de seio sigmoide à esquerda. Durante a terapia houve melhora expressiva da proptose, quemose e hiperemia orbitária.

Conclusão

Felizmente nesse caso foi possível a rápida identificação de que se tratava de um CA-MRSA para adequar a terapia inicial. Devemos começar a discutir a cobertura empírica de CA-MRSA em infecções estafilocócicas graves como a TSSC?

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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