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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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SURTO NOSOCOMIAL DE BETACORONAVÍRUS EM SÃO PAULO APÓS REDUÇÃO DE CASOS DE COVID-19
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Tânia do Socorro Souza Chavesa,
Corresponding author
tania.chaves@uol.com.br

Corresponding author.
, Ana Helena Perosab, Gabriela Barbosab, Diogo Ferreirac, Nancy Belleib
a Instituto Evandro Chagas/Ministério da Saúde, Belém, PA, Brasil
b Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
c CCIH – Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução/objetivo

A pandemia de COVID-19 ocasionou mudanças de comportamento social sem precedentes. O coronavírus humano OC43 (HcoV-OC43) é responsável por resfriado comum e pode evoluir com infecções do trato respiratório inferior (ITRI) em crianças, idosos com doenças crônicas e indivíduos imunossuprimidos. O objetivo deste estudo foi descrever o surto de HcoV-OC43 no Hospital São Paulo, entre março e junho de 2023 entre profissionais de saúde (HÁ) e pacientes hospitalizados (PH).

Método

A detecção de HcoVs foi realizada por RT-PCR multiplex em tempo real com primers e sondas específicos para os HcoVs OC43, 229E, HKU-1 e NL63.

Resultados

De março a junho, 724 amostras de swab nasofaríngeo foram testadas no Laboratório de Virologia do Hospital São Paulo, sendo 359 PH (50,4%) e 359 HÁ (49,6%) com infecção respiratória aguda (IRA). Entre as amostras testadas 9,1% (66/724) foram positivas para HcoVs e negativas para SARS-CoV-2, influenza e vírus sincicial respiratório. Das 66 amostras positivas, 25,8% (17/66) foram obtidas de PH (média de idade 36,3 anos; IQR: 6-65) e 74,2 (49/66) de HÁ (média de idade 42,1; IQR: 32-52). No grupo dos HÁ, 44 amostras foram positivas para HcoV OC43, quatro para HcoV-NL63 e uma HcoV-229E. No grupo de PH, 15 casos foram positivos para OC43 (88,2%), um para HKU-1 (5,9%) e um NL63 (5,9%). Sete PH eram imunossuprimidos (46,7%) e oito relataram alguma condição preexistente (53,3%), como doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças cardíacas, renais e hematológicas. Dois PH infectados pelo HcoV OC43 (13,3%) foram a óbito, sendo uma criança e um adulto, ambos imunossuprimidos. Dois PH (13,3%) necessitaram de internação em unidade de terapia intensiva. Entre os PH com HcoV- OC43, 60% (9/15) apresentaram achados de imagem compatíveis com ITRI, que revelaram desde opacidades pulmonares, infiltrado intersticial bilateral, consolidações, micro nódulos centro lobulares em padrão de vidro fosco, unifocais ou multifocais e distribuição predominante nos lobos inferiores.

Conclusão

A atenção no manejo de pacientes de risco e a vigilância laboratorial permanente e continuada na investigação de outros vírus respiratórios são imprescindíveis a fim evitar casos de transmissão nosocomial do HcoV OC43, especialmente em pacientes imunossuprimidos. Estudos pré-clínicos demonstram que o nirmatrelvir/ritonavir pode ser uma molécula antiviral promissora para as formas graves de evolução do HcoV, como nos casos deste relato de surto causado pelo OC43.

Palavras-chave:
Infecção respiratória do trato inferior HcoV-OC43 Infecção nosocomial betacoronavírus
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