XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoEm 2022, casos de poliomielite relacionados a poliovírus derivados de vacinas circulantes (cVDPV) ocorreram em pessoas não vacinadas em países não endêmicos. Consequentemente, a cobertura da vacinação contra o poliovírus (POL) em países não endêmicos precisa ser elucidada. O Registro de Voluntários VACCELERATE, financiado pela União Europeia, foi usado para essa iniciativa de ciência cidadã.
MétodosMais de 30000 voluntários adultos em 15 países europeus se registraram no VACCELERATE. Os voluntários adultos foram convidados a preencher um e-CRF na primeira entrada no cartão de vacinação mais antigo disponível e nas vacinas contra o POL, incluindo o número, o tipo, a validade e o horário da administração. As doenças crônicas subjacentes eram conhecidas desde o registro inicial.
ResultadosEntre outubro e novembro de 2022, 5989 de 31333 (19%) voluntários completaram o eCRF, sendo a maioria dos participantes da Alemanha (95,9%), seguidos pela Irlanda (1,5%) e Áustria (0,5%). Entre os voluntários alemães, o status de vacinação completa contra o poliovírus, definido como ≥ 4 doses de vacina trivalente ou vacinas orais mono/bivalentes equivalentes, foi encontrado em 2249 (41,3%) voluntários. Em 1204 (22,1%) voluntários, o status da vacinação era incerto, apesar do recebimento de 4-5 doses, pois o tipo e a validade não foram especificados. Cerca de 313 (5,7%) voluntários não sabiam se haviam sido vacinados; 528 (9,7%) afirmaram ter sido vacinados, mas o número de doses era desconhecido. Dos 1155 (21,2%) voluntários com imunização incompleta, 62 (1,1%) declararam nunca terem sido vacinados contra o POL e 19 (1,7%) tiveram câncer ativo nos últimos dois anos. A média anual dos certificados de vacinação mais antigo com status de vacinação completo foi 1978 e a média do ano de nascimento, 1975. Nos voluntários com status de vacinação incompleto 1992 e 1978, respectivamente. Homens tinham vacinação completa em 35,7% contra 61,8% das mulheres.
ConclusõesÉ difícil avaliar a situação da vacinação contra o POL devido à ausência ou à falha de registros das doses administradas anteriormente, o que indica a necessidade de um registro eletrônico integral da vacinação. Quanto mais próximo o ano do certificado de vacinação mais antigo e do nascimento disponíveis, maior a probabilidade de o status completo da vacinação ter sido relatado. Poucos pacientes com câncer, particularmente em risco, relataram ter o status de vacinação contra a pólio incompleto.