Data: 19/10/2018 ‐ Sala: 2 ‐ Horário: 16:00‐16:10 ‐ Forma de Apresentação: Apresentação oral
Introdução: O sarampo é uma doença contagiosa, pode ser de alta morbidade e letalidade, a vacinação é a melhor forma de prevenção. Desde a década de 1990, o Brasil reduziu a incidência de doenças imunopreveníveis devido à ampliação das coberturas vacinais. A eliminação do vírus do sarampo, endêmico no Brasil, ocorreu em 2002 e, posteriormente, foi eliminado das Américas em 2016. Roraima enfrenta uma crescente imigração de venezuelanos, que fogem da atual crise econômica e política, a qual, por ser contínua e desordenada, corroborou uma emergência em saúde pública: um surto de sarampo no estado.
Objetivo: Analisar os dados epidemiológicos do surto de sarampo ocorrido em Roraima no primeiro semestre de 2018.
Metodologia: Estudo descritivo, quantitativo, com dados secundários do primeiro semestre de 2018da Vigilância Epidemiológica estadual, referente à totalidade de casos notificados e confirmados. Avaliaram‐se nacionalidade, etnia, sexo e faixa etária.
Resultado: Até 15 de junho de 2018, foram notificados 405 casos suspeitos de sarampo em Roraima, 198 (48,9%) foram confirmados laboratorialmente (IgM Reagente e/ou PCR positivo) e 35 (8,6%) descartados; 172 (42,5%) casos aguardam resultado laboratorial para definição diagnóstica. O genótipo viral era o D8, ou seja, o mesmo vírus circulante na Venezuela. Dos 198 casos confirmados, 109 (55,1%) eram do sexo masculino. Em relação à faixa etária, 36 pacientes (20,9%) eram menores de um ano, 40 (23,3%) de um a quatro anos, 33 (19,2%) de cinco a nove anos, 21 (12,2%) de 10 a 14 anos, 10 (5,8%) de 15 a 19 anos, 20 (11,6%) de 20 a 29 anos, 10 (5,8%) de 30 a 39 anos, um (0,6%) de 40 a 49 anos, um (0,6%) de 50 a 59 anos e nenhum acima dessa idade. No que diz respeito à nacionalidade, dos 198 casos confirmados, 63 (31,8%) são de nacionalidade brasileira, 133 (67,2%) venezuelana, um (0,5%) da Guiana Inglesa e um (0,5%) da Argentina. Em etnia indígena ou não, 84 (42,4%) casos notificados foram computados como de etnias indígenas e 114 (57,6%) como não indígenas.
Discussão/conclusão: O surto de sarampo vivido em Roraima foi importado do país vizinho, reconhecido pelo agente de genótipo D8, todavia hoje já há circulação do vírus entre brasileiros. Se a cobertura vacinal dos brasileiros estivesse dentro da meta preconizada pelo Ministério da Saúde, em torno de 95%, não haveria tal surto. Além de campanhas permanentes e incentivos de políticas públicas em saúde, são necessárias sensibilização e responsabilidade sanitária por parte da sociedade.