Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 2 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Estimativas do Ministério da Saúde apontam que entre 2007 e 2016 houve no Brasil 14.727 casos confirmados de hepatite C (HCV) em indivíduos coinfectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Notificar os casos e suspeitas das principais doenças infecciosas é uma ferramenta essencial para direcionar o planejamento de políticas públicas.
Objetivo: Estimar o número de casos subnotificados do HCV em indivíduos que vivem com HIV‐1 e avaliar a evolução no número de notificações após uma ação conjunta feita entre três setores do Hospital Universitário Miguel Riet Corrêa Jr. (HU‐FURG).
Metodologia: Uma força tarefa foi formada por três setores do HU‐FURG, com as seguintes atividades: o Serviço de Infectologia formou uma equipe notificadora e fez a busca ativa dos pacientes não notificados, para, então, notificá‐los; o setor de Vigilância Epidemiológica fez um treinamento da equipe notificadora sobre o preenchimento correto da ficha do Sinan para HCV e sensibilizou os profissionais sobre a importância dessa conduta; e o Laboratório de Carga Viral e CD4+ criou um fluxograma para que, no momento de coleta, fossem identificados pacientes coinfectados HIV‐1/HCV sem notificação para o HCV, e encaminhados ao Serviço de Infectologia para a notificação.
Resultado: Até abril de 2018, o total de pacientes que vivem com HIV‐1, acompanhados pelo Serviço de Infectologia do HU‐FURG, foi de 4.050 indivíduos. Desses, 7,01% (284) estavam coinfectados com o HCV. Do total de coinfectados acompanhados pelo serviço de infectologia do HU‐FURG, somente 33,5% (95) dos casos estavam notificados para o HCV até abril de 2018, revelaram‐se 66,5% (189) de subnotificações. Após a força tarefa, todos os 189 (100%) pacientes subnotificados foram notificados, entre abril e julho de 2018. Isso impactou em um aumento de 237,1% (249) nas notificações para o HCV desse setor, quatro meses após início da força tarefa.
Discussão/conclusão: No fim deste estudo, observa‐se a importância da conscientização e treinamento dos profissionais em relação as notificações. Além disso, o empenho e o interesse da chefia setorial são fundamentais para traçar estratégias e incentivar o comprometimento de todos. Não notificar um paciente, além de impossibilitar a liberação de resultados do exame de Carga Viral do HCV, gera dados subestimados referentes a essa região. Isso pode impactar futuras ações regionais de prevenção e controle dessa doença.