Nosso grupo tem demonstrado evidências da relação entre os herpesvírus e a carcinogênese tireoidiana. O Herpes Simplex Vírus tipo 2 (HSV-2), um dos agentes infecciosos de maior prevalência mundial, tem se destacado nessa associação com o carcinoma diferenciado da tireoide (CDT) já que se aloja em linfonodos cervicais.
ObjetivoComparar a incidência de anticorpos da classe das IgG humanas para HSV-2 em soro de pacientes com nódulos tireoidianos benignos malignos com um grupo controle.
MétodoPara identificar a soroprevalência da infecção pelo HSV-2 em pacientes com CDT, analisamos a presença de anticorpos anti-HSV 2 utilizando o kit detecção da imunoglobulina G (HerpeSelect® 2 IgG -Focus Diagnostics, EUA) com alta especificidade para HSV-2 em 300 amostras sorológicas, sendo 150 pacientes com nódulos benignos e malignos da tireoide (131 mulheres e 19 homens, 42,34 ± 10,90 anos), onde 65 eram nódulos benignos (48 bócios, 17 AF) e 85 eram nódulos malignos (29 MCPT e 56 CPT); e 150 soros controles (21 homens e 129 mulheres e média de (45,0 ± 11,0 anos).
ResultadosA soropositividade para HSV-2 foi observada em 37 (25%) dos pacientes com nódulos tireoidianos e em 32 (21%) dos controles (p = 0,5122). A taxa de soropositividade foi semelhante em pacientes com nódulos tireoidianos benignos (28%) e malignos (22%; p = 0,4522), e entre mulheres (12,2%) e homens (16,5%; p = 0,3415).
ConclusãoEmbora a soroprevalência de HSV-2 tenda a ser maior nos pacientes com nódulos tireoidianos do que na população sem nódulos, não foi possível correlacionar a presença do HSV-2 com tamanho dos nódulos, tipo histológico ou qualquer característica clínica, ou de evolução dos pacientes. Cálculo de tamanho amostral sugere que necessitamos de mais amostras, pois nosso poder de cálculo ainda é de 43%. Estamos providenciando o aumento da nossa casuística para confirmar possível correlação do HSV-2 com pacientes com nódulos tireoidianos malignos.