A Influenza é caracterizada por infecção viral aguda, a qual pode levar a quadros graves e à morte, especialmente em populações de maior vulnerabilidade, como os idosos.

Analisar os casos registrados no Brasil, de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza, na população idosa, e investigar os fatores relacionados ao óbito por este agravo.

Estudo transversal, populacional, realizado a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP- Gripe). Foram analisados casos de todas as regiões do Brasil, com início na semana epidemiológica 8 de 2020 até a semana epidemiológica 4 de 2022. Critérios de inclusão: idosos a partir de 60 anos com diagnóstico de Influenza por RT-PCR, dada a elevada sensibilidade e especificidade do teste, e com evolução do caso (óbito sim, não) registrada.

Foram identificados 3547 idosos com SRAG por Influenza, sendo 1185 casos com o desfecho óbito, registrando uma taxa de letalidade de 24,6%. A comorbidade mais prevalente foi a doença Cardiovascular (46,1%), seguida de Diabetes (26,6%). Dentre os idosos com o desfecho negativo do caso, 87,4% não estavam vacinados contra Influenza. Destacam-se como principais fatores de risco para óbito o uso de suporte ventilatório invasivo, internação em UTI, raça parda e dispneia (p < 0,001). Além disso, possuir doença neurológica crônica (p = 0,002), apresentar desconforto respiratório (p = 0,006) e saturação de O2 abaixo de 95% (p = 0,017), também foram consideradas fator de risco para o óbito. Destaca-se a identificação da variável vacina contra gripe, como protetora ao desfecho desfavorável, mostrando-se eficiente em prevenir o óbito em 72% dos casos estudados.

Este estudo possibilitou conhecer o perfil de idosos com SRAG por Influenza no Brasil, e identificou os fatores associados ao óbito nesta população. Além disso, evidencia-se a necessidade de estimular a adesão à vacinação entre a população idosa, a fim de prevenir casos graves e desfechos desfavoráveis relacionados à Influenza.