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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐401
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SÍNDROME DE LEMIERRE: RELATO DE CASO
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Camila Loredana P. Alves M. Bezerra, Vítor Falcão Oliveira, Flora Goldemberg, Maria Felipe Medeiros, Andrés Mello López, Andre Lazzeri Cortez, José Luiz Pinto Lima Gendler, Marcelo Nobrega Litvoc, Ana Catharina Seixas S. Nastri
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A Síndrome de Lemierre é uma doença rara, que acomete predominantemente jovens hígidos, de etiologia infecciosa, mais frequentemente Fusobacterium. Classicamente causada por uma infecção de orofaringe aguda associada à tromboflebite da veia jugular interna complicada por infecção metastática.

Objetivo: Descrever um caso de Síndrome de Lemierre com acometimento extenso da trombose, envolvendo seio cavernoso.

Metodologia: Paciente, 48 anos, sexo masculino, sem comorbidades prévias, deu entrada no pronto‐socorro com história de cefaleia intensa há 2 semanas, incapacitante, associada a episódios de febre, astenia e vômitos. Há 3 dias, evolui com lateropulsão à direita, vertigem e hipoacusia, não sendo capaz de manter a ortostase. Foi realizada Angio‐TC crânio, visualizando trombose em veias jugulares internas e seio cavernoso. A RM de crânio evidenciou sinais de meningite de conteúdo espesso em cisternas da base, fossa posterior e fossa craniana média direta, além de realce dural e leptomeníngeo, bem como isquemia recente no cerebelo e extensa trombose nos segmentos superiores do seio cavernoso e das veias jugulares internas, sugerindo tromboflebite. A TC de tórax revelou múltiplos nódulos e opacidades nodulares espalhadas por todo o parênquima pulmonar, alguns com focos cavitários. Posteriormente, o paciente reavaliou os sintomas iniciais, referindo‐se adicionalmente uma dor de dente há um mês antes da admissão hospitalar. Foi isolado Fusobacterium nucleatumem em hemocultura anaeróbia. A terapêutica instituída foi com metronidazol e ceftriaxona intravenoso, realizada exodontia dos dentes acometidos e submetido a longo curso de anticoagulação por manutenção dos déficits neurológicos.

Discussão/Conclusão: Síndrome de Lemierre é uma doença septicêmica pós‐angina, cursando com febre, calafrios, dor e rigidez de nuca, linfadenopatia cervical, edema e trismo. Ademais, pode ocorrer embolização séptica à distância, principalmente pulmão. O diagnóstico é realizado por hemocultura e exames de imagem, a exemplo do USG ou TC com contraste. O tratamento baseia‐se primordialmente em antibioticoterapia. A abordagem cirúrgica é reservada para os casos que não responderam bem ao tratamento medicamentoso instituído, bem como para realização de controle de foco. O benefício da anticoagulação é incerto, a depender da extensão do trombo e evolução. Por ser uma condição clínica desconhecida por muitos médicos, o diagnóstico costuma ser tardio, podendo apresentar consequências potencialmente fatais ao paciente.

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