Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 13:37‐13:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O Brasil foi surpreendido com a recrudescência da febre amarela e seu diagnóstico em áreas previamente não consideradas de risco. De janeiro a agosto de 2018 foram 3028 casos suspeitos no Estado de São Paulo, com 537 confirmações. Desses, 498 são autóctones e 176 evoluíram a óbito com uma letalidade de 35,4%. Em praticamente todo o Estado de São Paulo foram descritos casos suspeitos, inclusive na Baixada Santista. Em que pese a vacina ser a estratégia de bloqueio mais efetiva, aos maiores de 60 anos recomendou‐se avaliação médica prévia, o que acarretou não apenas uma sobrecarga assistencial quanto temores de eventos adversos vacinais, comprometeu‐se a efetividade das ações preventivas, sobretudo se considerarmos áreas de demografia envelhecida, como é o caso da Baixada Santista, onde residem muitos idosos.
Objetivo: Descrever o perfil de uma coorte de pacientes idosos vacinados contra febre amarela em 2018 e seus impactos na saúde.
Metodologia: Estudo retrospectivo a partir do banco de dados de um ambulatório referência em geriatria.
Resultado: Foram acompanhados 131 idosos vacinados. A idade variou entre 60 e 93 anos. Observamos a seguinte distribuição etária: entre 60 e<65 anos, nove (6,8%), 65 e<70, 22 (16,8%), 70 e<75, 46 (35%), 75 e<80, 39 (30%), 80 e<85, 11 (8,4%) e>85 anos, quatro (3%). Todos os pacientes, exceto um, tinham comorbidades, mais de uma foi a regra. HAS e diabetes foram as mais comuns, porém um paciente apresentou lúpus e outro antecedente de câncer. Todos receberam a dose de vacina fracionada, conforme preconizado, e nenhum evento adverso foi registrado.
Discussão/conclusão: A febre amarela é uma doença de elevada letalidade e o envelhecimento não saudável da população uma realidade. Recomendações de cautela desprovidas de dados de registro impactam negativamente as políticas de prevenção. Os dados preliminares desse registro são absolutamente animadores e tranquilizadores, pois ratificam a segurança da vacina para uma extrato populacional não apenas igualmente vulnerável à infecção, como essencial, dada a sua representatividade, para o bloqueio da progressão viral para outras regiões.