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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐148
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RISCO DE ÓBITO POR CAUSAS HEPÁTICAS E NÃO HEPÁTICAS ENTRE INDIVÍDUOS COINFECTADOS COM O VÍRUS DA HEPATITE C E O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA EM UMA COORTE BRASILEIRA DE DOADORES DE SANGUE: UM ESTUDO DE VINTE ANOS
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Helio Ranes Menezes Filho, Ligia Capuani, Alfredo Mendrone Junior, Ana Luiza Bierrenbach, Maria Cassia Jacintho Mendes Correa
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) está associada a um elevado risco de morbidade e mortalidade. No entanto, estudos sobre mortalidade por causas não hepáticas, entre indivíduos coinfectados com HCV e o vírus da imunodeficiência humana (HIV), demonstram resultados inconsistentes.

Objetivo: Investigar a contribuição da coinfecção HCV‐HIV na mortalidade por causas hepáticas e não hepáticas, em uma grande coorte de doadores de sangue no Brasil.

Metodologia: Trata‐se de um estudo de coorte retrospectiva de doadores de sangue no período de 1994 a 2013, na Fundação Pró‐Sangue ‐ Hemocentro de São Paulo (FPS), tendo incluído 36 indivíduos coinfectados HCV‐HIV, 5.782 soronegativos para HCV e HIV e 2.652 doadores monoinfectados HCV. Os registros do banco de dados da FPS e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde foram vinculados por meio de um relacionamento probabilístico de dados. Os desfechos de mortalidade foram definidos com base nos códigos da CID‐10 (10ª Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) listados como causa da morte na declaração de óbito. Hazard ratios (HR) foram estimados através de modelos de regressão múltipla de Cox.

Resultados: Quando todas as causas de morte foram consideradas, identificaram‐se 14 mortes entre doadores coinfectados HCV‐HIV, 190 entre soronegativos para HCV‐HIV e 209 entre monoinfectados HCV. Doadores coinfectados HIV‐HCV apresentaram risco 6,63 vezes maior de morte por todas as causas quando comparados aos monoinfectados HCV (IC 95%: 3,83‐11,48; p<0,001) e risco 14,57 vezes maior de morte por todas as causas quando comparados aos soronegativos (IC 95%: 8,42‐25,22; p<0,001). Quando apenas as causas hepáticas de morte foram consideradas, observaram‐se 3 óbitos entre doadores coinfectados HCV‐HIV, 6 entre soronegativos e 73 entre monoinfectados HCV. Doadores coinfectados HCV‐HIV tiveram um risco 95,76 vezes maior de morte por causas hepáticas quando comparados aos soronegativos (IC 95%: 23,54‐389,52; p<0,001) e um risco 4,16 vezes maior de morte por causas hepáticas quando comparados ao monoinfectados HCV (IC 95%: 1,3–13,34; p=0,016).

Discussão/Conclusão: Nossos dados sugerem que entre doadores de sangue coinfectados HCV‐HIV, mesmo após tratamento específico e resposta virológica sustentada, intervenções específicas são urgentes e necessárias, a fim de se evitar complicações hepáticas e não hepáticas e, consequentemente, o óbito.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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