Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 9 ‐ Horário: 14:12‐14:17 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Apesar de a maioria evoluir favoravelmente, diversos pacientes com influenza A tornam‐se críticos, necessitaram de cuidados intensivos. O mecanismo que leva à disfunção de múltiplos órgãos e morte em pacientes com H1N1 ainda não está claro. Diversos estudos sugerem que alterações hematológicas e linfo‐histiocitose hemafagocítica estejam relacionados a desfechos desfavoráveis. A linfo‐histiocitose hemofagocítica (LHH) é rara, mas potencialmente fatal, caracterizada por febre, citopenias, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, disfunção hepática e de coagulação e encefalopatia. A LHH ocorre por intensa liberação de citocinas, com ativação de linfócitos T e macrófagos, resulta em disfunção de múltiplos órgãos, pode levar à morte.
Objetivo: Relatar um caso de uma linfo‐histiocitose hemofagocítica associada à infecção por H1N1 com evolução favorável em uma criança.
Metodologia: Criança de sete meses admitida no PS em 19/06/18 com história de tosse, coriza e febre, em mau estado geral, cianose central, taquidispineia e sibilos difusos. Introduzidos metilprednisolona 1mg/kg e salbutamol. Raios X de tórax com consolidação em ápice direito e teste rápido de influenza A ‐ H1N1 positivo. Diagnosticada síndrome respiratória aguda grave, iniciados Oseltamivir e Ceftriaxone e mantida metilprednisolona 1mg/kg. Em 23/06/18 notado baço e fígados palpáveis. Solicitados exames laboratoriais seriados e ultrassonografia de abdômen. O ultrassom revelou baço aumentado e fígado na faixa superior de normalidade. Colhidas sorologias para Ebstein‐Barr, citomegalovírus, HIV, hepatite B e toxoplasmose negativas. Com base na febre, esplenomegalia, hiperferritinemia, anemia, plaquetopenia, hipertrigliceridemia, hipofibrinogenemia, além de nível abaixo da referência de células NK, diagnosticada linfo‐histiocitose hemofagocítica. Em 24/06 evoluiu com pioria clínica e de exames laboratoriais, necessitou de concentrado de hemácias e plasma e de acesso central. Com o tratamento do H1N1 em curso, associado a corticoterapia, teve melhoria gradual clínica e laboratorial, recebeu alta hospitalar em 02/07/18.
Discussão/conclusão: Devemos estar atentos à infecções por H1N1 que evoluam de forma desfavorável: a presença de alterações laboratoriais e o exame físico podem sugerir linfo‐histiocitose hemofagocítica, que, apesar de rara, tem alta mortalidade. O início precoce com antivirais nesses casos parece melhorar o desfecho, enfatiza a importância do diagnóstico e tratamento para melhoria de sobrevida desses pacientes.