Sessão: TEMAS LIVRES | Data: 02/12/2020 ‐ Sala: 1 ‐ Horário: 18:45‐18:55

Introdução: O desenvolvimento de políticas que visem melhores práticas no uso de antimicrobianos surge como possível solução aos problemas advindos da prescrição inadequada da terapia antimicrobiana, tais como desenvolvimento de resistência microbiana e suas repercussões clínicas. O tempo de internação representa um desfecho clínico relevante na avaliação do desempenho de programas de gerenciamento de antimicrobianos (PGA).

Objetivo: Descrever o impacto da adesão às recomendações de um Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos na redução do tempo de internação após início da terapia antimicrobiana.

Metodologia: Coorte retrospectiva que avaliou os prontuários de pacientes internados em um hospital público terciário de Brasília. Foram coletados dados referentes às prescrições submetidas à avaliação de um PGA entre setembro de 2018 e abril de 2019. A análise incluiu parâmetros clínicos e laboratoriais dos pacientes, a adesão da prescrição às orientações da comissão de controle de infecção hospitalar e o tempo de internação após início do uso de antimicrobianos.

Resultados: Foram analisados 913 prontuários e 449 incluídos. Os critérios de exclusão foram: internação em UTI nas últimas 48 horas, ventilação mecânica, cuidados paliativos exclusivos, evolução para óbito em até 24 horas da admissão e extremos de idade (< 12 ou>90 anos). Houve predominância do sexo masculino (60,93%) e média de idade de 54,92 anos. Os grupos aderido e não aderido eram homogêneos, sem diferença estatística (p>0,05) nos quesitos idade, comorbidades, exames laboratoriais e SOFA. Em relação ao tempo de internação após o início da terapia antimicrobiana, o grupo aderido apresentou tempo de internação médio de 17,10 (22,5) dias, enquanto o grupo não aderido contou com 27,10 (26,06) dias (p<0,0001).

Discussão/Conclusão: A associação entre implementação de programas de gerenciamento de antimicrobianos e redução do tempo de internação permanece em debate na literatura atual. A análise corrobora associação positiva entre as intervenções de um PGA e redução da permanência hospitalar na população estudada.