XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs infecções por Pseudomonas aeruginosa produtora de Metalobetalactamases (MBL) se configuram como uma das maiores ameaças à saúde pública. Os controladores de infecção, hoje se deparam com o esgotamento terapêutico, especialmente, se há expressão de metalobetalactamase. Assim, o objetivo foi delinear o perfil epidemiológico, clínico e microbiológico dessas infecções, dos pacientes internados em um hospital universitário de referência do Brasil, nos anos de 2021 e 2022.
MétodosOs dados foram coletados a partir de prontuários de pacientes internados em leitos de enfermaria e de Unidade de Terapia Intensiva, que, também, tinham seu acompanhamento pelo time Stewardship iniciado e tabulados em um uma planilha específica. Analisou-se os seguintes parâmetros: sexo, idade, motivo da internação, unidade de hospitalização, tipo de cultura, uso de ventilação mecânica, gene de resistência, perfil de sensibilidade, tratamento e desfecho. Aprovado pelo Comitê de Ética n° 3.697.674.
ResultadosForam identificados 13 pacientes com infecções por P. aeruginosa produtora de MBL. O sexo masculino foi o mais acometido (92,3%) e a média de idade foi de 68,3 anos. As infecções do respiratórias foram as mais prevalentes (38,4%), doenças cardiovasculares (30,8%) e neoplasias (23,1%). A maioria dos pacientes estavam internados em Unidade de Terapia Intensiva (61,5%) e os demais na Clínica Médica (38,5%). Em 77% dos casos houve uso de ventilação mecânica. As culturas do trato respiratório foi o exame microbiológico mais prevalente (84,6%). Todas as cepas isoladas possuíam o gene de resistência da enzima Imipenemase. Os isolados se mostraram resistentes a praticamente todos os antibioticos disponíveis no Brasil. Os antibióticos mais capazes de combater essas infecções in vitro foram a Polixina B (77% de cepas sensíveis) e a amicacina (7,7% de cepas sensíveis). A maioria pacientes (53,8%) não recebeu nenhum tratamento, seja por óbito precoce ou por melhora clínica e laboratorial no momento do resultado da cultura. A polimixina B foi o fármaco mais utilizado, compondo, total ou parcialmente, a estratégia terapêutica de 38,5% das situações. A taxa de mortalidade foi de 61,5%.
ConclusãoConclui-se que o tratamento de pacientes acometidos por infecções por cepas de P. aeruginosa produtoras de MBL representa um grande desafio nos hospitais, pela escassez de ATM e gravidade dos casos. Ressalta-se a importância de buscar novos tratamentos para esses patógenos.