Os aloenxertos musculoesqueléticos são usados em procedimentos reconstrutivos; no entanto, o risco de contaminação com potenciais patógenos é possível e o transplante seguro requer várias considerações de processamento. O peróxido de hidrogênio (H2O2) tem sido comumente utilizado na lavagem óssea porque pode remover células do doador e eliminar antígenos, patógenos ou agentes citotóxicos da matriz. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade quantitativa de H2O2 em um modelo de contaminação óssea com alta carga bacteriana para definir a sua redução.
MétodosDoze modelos de disco ósseo foram contaminados artificialmente com Staphylococcus aureus. Os ossos foram tratados com um processo de lavagem composto por antibióticos, peróxido de hidrogênio 30% e álcool 70%. Placas de ágar de soja tríptico foram inoculadas diretamente com 100 µL de cada etapa do processo de lavagem e as colônias foram contadas em unidades formadoras de colônia (UFC)/mL. Microscopia eletrônica de varredura foi usada para análise estrutural óssea antes e após o processo de lavagem. Para a comparação das diferentes etapas da carga biológica, os dados foram apresentados em média e desvio padrão de UFC/mL. O teste ANOVA foi usado para comparação estatística e o teste de comparações múltiplas de Dunn. A diferença em UFC/ mL foi significativa quando p < 0,05.
ResultadosApós a etapa com antibióticos, houve uma queda de menos de 1log para osso esponjoso e quase 1log para osso cortical. No entanto, após a etapa com H2O2, houve uma queda de 3log para o osso cortical (p = 0,007) e 2log para o osso esponjoso (p = 0,063). O uso de álcool não alterou a carga bacteriana após H2O2 no osso esponjoso e cortical. Apesar da queda importante da carga bacteriana, H2O2 não foi suficiente para erradicar completamente a bactéria com este modelo.
ConclusãoH2O2 é útil na descontaminação, mas os antibióticos têm pouca atividade e o álcool tem ação nula. O processo é útil na descontaminação de até 3log de carga bacteriana.