A indicação mais habitual para uso da derivação ventricular externa (DVE) é a drenagem de líquido cefalorraquidiano (LCR) no tratamento da hidrocefalia aguda secundária à hemorragia subaracnóidea (HSA), hemorragia intraventricular/cerebral, infecção do sistema nervoso central (SNC), e no traumatismo cranioencefálico (TCE). Sua inserção e o manejo é uma rotina prática nas UTIs e como toda técnica, possui risco de complicações, sendo as mais frequentes hemorragia e infecção.
ObjetivoAvaliar o impacto da intervenção na incidência da taxa de infecção em pacientes em uso de DVE, após estabelecimento de um protocolo de cuidados com este dispositivo.
MétodoTratou-se de um estudo prospectivo de avaliação de intervenção com análise comparativa com coorte histórica com intervenção. Realizado na Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital Regional de São José dos Campos. A primeira observação pré intervenção foi em maio de 2020, com a posterior criação de um protocolo de cuidados em junho/21 e avaliação pós intervenção até abril de 2022. Os dados foram obtidos através dos relatórios gerados via sistema informatizado e pelo preenchimento dos bundles de boas práticas.
ResultadosNo período pré intervenção houve 7 (10,6%) casos de ventriculite associado ao uso da DVE de 66 procedimentos e após a criação do protocolo houve 2 casos de 62 procedimentos (3,22%), uma redução de 7,4% após linha de cuidado instituída.
ConclusãoOs indicadores de infecção relacionada à DVE foram comparados pré e pós-intervenção, e verificou-se redução sustentada das taxas por 6 meses consecutivos. A implantação da rotina de cuidados descritos em protocolo, mostrou benefício na prevenção de ventriculite.