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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 065
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PRIMEIRO CASO DE SÍNDROME INFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA EM ADULTO ASSOCIADA À COVID-19 NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: DESAFIO DIAGNÓSTICO NO CONTEXTO DAS ARBOVIROSES
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Charlene Corrêa Mendes, José Roberto Freire de Oliveira, Kleber Giovanni Luz, Kaliny Oliveira Peixoto, Clécio de Oliveira Godeiro Júnior, Kelson Kemuel Confessor de Sousa, Fábio Mastrocola, Jônatas Batista da Fé, Emerson Arcoverde Nunes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

A síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) associada à COVID-19 é uma rara complicação, inicialmente, descrita em crianças e adolescentes. Desde 2020, poucos casos relatando uma síndrome inflamatória multissistêmica em adultos (SIM-A) foram descritos.

Descrição

Mulher de 37 anos, natural de Natal/RN, refere contato com caso confirmado de COVID-19 nos dias 24 e 25 de Março de 2021. Após 3 dias, apresentou coriza hialina leve e, em seguida, marido iniciou sintomas, confirmando diagnóstico para COVID-19 por meio de RT-PCR. No dia 20 de Abril, paciente apresentou quadro súbito de desorganização do discurso, agitação psicomotora, apraxia, incontinência urinária, artralgia, palpitação, taquicardia, hipertensão arterial sistêmica e febre, realizando teste rápido antígeno para COVID-19, o qual foi negativo. Foi transferida para os serviços de psiquiatria e neurologia do Hospital Universitário Onofre Lopes sob as hipóteses de transtorno psicótico e encefalite autoimune. Nos três dias iniciais, apresentou temperatura de 37,6 °C e, em exames laboratoriais, mantinha leucocitose, anemia e aumento de transaminases, LDH e PCR. Após avaliação pela infectologia, investigações foram direcionadas para encefalites virais e SIM-A. Tomografias evidenciaram derrame pleural bilateral e líquido livre em cavidade abdominal; troponina e CK-MB elevados, ressonância cardíaca com área de fibrose miocárdica. Sorologias séricas para COVID-19 reagentes IgG (27,64) e IgM (1,322); IgM para Zika e Dengue reagentes. PCR para herpes, COVID-19 e painel de anticorpos antineuronais no líquor, angioressonância cerebral, TSH, T4, FAN, anti-P, anti- Sm e anti- DNA sem alterações. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas paralelamente à melhora dos exames laboratoriais sem o uso de imunoglobulina e corticosteroide. Após alta hospitalar, repetiu sorologias para COVID-19 (IgM não reagente e IgG reagente 13,7), IgM e IgG para Zika e Dengue não reagentes, confirmando diagnóstico de SIM-A.

Comentários

A semelhança de alguns sintomas, alterações hematológicas e bioquímicas entre as infecções por arbovírus, COVID-19 e suas complicações apresentam-se como um desafio, principalmente, em regiões tropicais. Portanto, pacientes com sintomas neurológico, cardíaco, osteoarticular, dermatológico e gastrointestinal associados à febre devem ser avaliados mediante a aplicação e interpretação corretas dos métodos diagnósticos laboratoriais disponíveis para o diagnóstico correto.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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