Existe uma relação entre baixo nível sócio econômico e elevado risco de dengue. O sistema Brasileiro de Saúde Suplementar atende cerca de 25% da população do país. Essa parte da população tem um nível social mais elevado e apesar da crescente participação como sistema complementar de saúde, dados de hospitalizações por dengue no setor privado são raros.
ObjetivoAvaliar a prevalência e custos do manejo da dengue em usuários do sistema de saúde suplementar de uma base de dados de 14 operadoras de saúde do Brasil.
MétodoEstudo observacional, retrospectivo com base de dados secundária. Foram selecionados casos de dengue com CID-10 A90 ou A91 de janeiro de 2015 a dezembro de 2020. Casos com CID-10 de doenças com diagnóstico similar a dengue até 3 semanas após foram excluídos. A prevalência foi calculada dividindo-se o número de casos pela população de usuários do ano. Os custos foram corrigidos pela inflação de dezembro de 2021 e avaliados por medidas de tendência central e dispersão.
ResultadosForam incluídos 63.882 beneficiários distintos e um total de 64.186 casos, sendo que o ano com maior prevalência foi 2015 (1,6% dos pacientes que utilizou o plano de saúde). Houve também um aumento de casos em 2016 e 2019. A mediana de tempo de internação foi 4 dias (IIQ 3 – 5) e o custo mediano por internação variou de R$2.712,78 em 2015 a R$3.887,61 em 2020. A maioria dos casos utilizou o pronto-socorro como entrada e o custo mediano de pronto socorro variou de R$545,58 em 2015 a R$659,33 em 2017.
ConclusãoO aumento de casos em 2015, 2016 e 2019 foi consistente com o panorama epidemiológico do país. Esses dados de vida real evidenciam que existem outros fatores além do socioeconômico no risco da doença e que houve um aumento do custo do manejo da dengue no sistema privado ao longo dos anos. Esses dados podem auxiliar em estudos de saúde e economia que visem estimar o impacto de medidas de prevenção e controle.
Ag. Financiadora: Takeda Pharmaceuticals Brazil.