A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por Mycobacterium tuberculosis e configura-se como um importante problema de saúde pública mundial pelo grande número de casos novos e percentual inadequado de sucesso de tratamento. O Brasil tem altas taxas de incidência de tuberculose, sendo considerado prioritário para o controle da doença no mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
ObjetivoAssim, propõe-se analisar o perfil epidemiológico da tuberculose no Brasil no ano de 2021.
MétodoTrata-se de um estudo epidemiológico descritivo observacional, baseado em dados provenientes dos Boletins Epidemiológicos de Tuberculose da Secretaria de Vigilância em Saúde, oriundos do Sistema de Informações de Agravos de Notificações do Sistema Único de Saúde (SINAN/DATASUS). As variáveis coletadas foram o número de novos casos de infecção por tuberculose no ano de 2021 e os números de cura e abandono do tratamento totais e de acordo com as 5 regiões do país.
ResultadosConstataram-se 68271 novos casos de tuberculose no ano de 2021, sendo a tuberculose pulmonar responsável por 87,49% deles, não evidenciando uma queda significativa quando comparado com o ano de 2020, no qual constataram-se 66819 novos casos de tuberculose. Também foi observado um predomínio da infecção por tuberculose em homens, correspondendo a 68,65% dos novos casos. Ademais, constatou-se que a região Sudeste apresentou a maior porcentagem de novos casos confirmados (46,27%) e a região Centro-Oeste obteve a menor porcentagem de novos casos (4,44%). Foi verificado que a porcentagem de cura foi de 65,4% e a taxa de abandono do tratamento foi de 12,1%. Constataram-se 4543 óbitos por tuberculose em 2021, os quais ocorreram predominantemente na faixa etária dos 15 aos 59 anos (59,43%). Ademais, vale salientar que, devido à subnotificação de dados devido à pandemia de COVID-19, esses valores podem ser ainda maiores e mais preocupantes.
ConclusãoDessa forma, por meio do levantamento desses dados conclui-se que há necessidade de fortalecimento da capacidade dos sistemas de Vigilância Epidemiológica com relação às estratégias de saúde, além da identificação dos fatores de risco e de investimento em recursos midiáticos que informem a população acerca das formas de transmissão da tuberculose e dos fatores de risco que predispõem a essa patologia, conferindo mecanismos efetivos e aplicáveis de prevenção e assistência, para que assim seja possível uma redução consistente do número de casos dessas infecções.