12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A doença COVID‐19 é considerada uma emergência global, uma pandemia que ocasionou a contaminação de milhões de pessoas desde dezembro de 2019. Os profissionais de saúde são particularmente susceptíveis, devido a vários fatores como contato direto com pacientes com infecção, uso inadequado de equipamento de proteção individual, entre outros.
Objetivo: Avaliar a prevalência de SARS‐CoV‐2 entre profissionais de serviços de saúde de um hospital terciário de ensino.
Metodologia: Análise do banco de dados da Comissão de Epidemiologia Hospitalar, referente ao perfil sorológico para SARS‐CoV‐2 dos profissionais do Hospital São Paulo‐UNIFESP. Estes dados foram obtidos por meio de testagem sorológica para detecção de anticorpos para SARS‐CoV‐2 em soro e coleta de dados epidemiológicos, no período de 2 a 25 de junho de 2020. Os profissionais avaliados foram os que trabalhavam em unidades classificadas como: enfermarias ou UTIs COVID‐19, enfermarias ou UTIs não COVID‐19, enfermaria COVID‐19 do pronto socorro, UTI ou SEMI intensiva do pronto‐socorro e outros setores.
Resultados: Foram testados 878 profissionais, destes 18% (n=158) apresentaram sorologia e/ou PCR positivo para SARS‐CoV‐2. A categoria profissional com maior prevalência de SARS‐CoV‐2 é a de auxiliar de limpeza 30,8% (n=8/26), seguido por fisioterapeuta 26,2% (n=16/61), médicos assistentes 21,8% (n=12/55), enfermagem 20,7% (n=93/450) e médicos residentes 16,8% (n=16/95). Em relação ao local de trabalho, as unidades com maior prevalência de positividade para SARS‐CoV‐2 foram as relacionadas ao pronto‐socorro (35,2% na enfermaria COVID‐19 pronto‐socorro a 48,6% SEMI intensiva pronto‐socorro), seguido por enfermaria e UTI não COVID‐19 (15,1 e 25% respectivamente) e menor prevalência em enfermaria e UTI COVID‐19 (13,6 e 11,5% respectivamente).
Discussão/Conclusão: A menor prevalência de SARS‐CoV‐2 entre profissionais de setores COVID‐19 pode estar associada às medidas de controle implantadas na instituição desde o início da pandemia, com a criação de unidades específicas para COVID‐19, equipes treinadas, estrutura adequada e utilização de EPIs adequados durante assistência. Nas enfermarias não COVID‐19 e setores do pronto‐socorro, a exposição dos profissionais aumentou proporcionalmente ao aumento de casos da doença na comunidade, pacientes atendidos e internados inicialmente por outras patologias, vieram a desenvolver COVID‐19 durante a internação, expondo os profissionais, que só após o levantamento da suspeita da doença estabeleciam as medidas de prevenção.