12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Com a implantação da Profilaxia Pré‐Exposição (PrEP) e, consequentemente, uma nova alternativa eficaz para a redução do risco de contrair HIV, surgiu‐se a preocupação de que o uso do medicamento pode ser acompanhado pelos fenômenos de compensação de risco ou desinibição comportamental, podendo levar os usuários a se envolver em práticas sexuais mais arriscadas, além de outros comportamentos de risco.
Objetivo: Avaliar a prevalência de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e do uso de drogas em usuários da profilaxia pré‐exposição em um hospital universitário.
Metodologia: Trata‐se de um estudo transversal e descritivo. A coleta de dados foi realizada entre abril e setembro de 2019 por meio de aplicação de questionário com os usuários do serviço de PrEP do Hospital Universitário de Sergipe. Os critérios de inclusão foram assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e indicação para uso da PrEP por conta de comportamento sexual de risco.
Resultados: Foram avaliados 13 pacientes, sendo 9 homens e 4 mulheres. Dos participantes 10 (76,9%) não apresentaram IST nos últimos 6 meses. Dentre os 3 (24%) que possuíram algum sintoma de IST, todos eram homens. Eles relataram os seguintes sintomas: feridas no pênis, feridas no ânus, verrugas no pênis e no ânus e pequenas bolhas no pênis. Um paciente foi diagnosticado com sífilis. Não houve relato de gonorreia ou clamídia no último ano. Nenhum entrevistado fez uso de drogas injetáveis ou compartilhou seringas para uso de anabolizantes/bombas/hormônios ou silicone no decorrer de suas vidas. A maioria dos usuários da PrEP (9; 69,2%) não consome drogas ilícitas. Dentre os participantes que fazem consumo de drogas não injetáveis, as mais utilizadas nos últimos 3 meses foram álcool (4; 30,7%); 2 participantes (15,3%) usaram tabaco, maconha, ketamina e ecstasy; apenas 1 (7,6%) pessoa fez uso de cocaína nos últimos 3 meses e outra há mais de 3 meses. O grupo que relatou uso de drogas lícitas e ilícitas foram os homens entre 21 a 36 anos.
Discussão/Conclusão: Esse estudo avaliou a incidência do comportamento dos pacientes previamente ao uso da PrEP. De acordo com o panorama visualizado, havia uma baixa prevalência de ISTs nesses pacientes, principalmente em relação ao sexo feminino. Outro ponto positivo é a baixa adesão a drogas injetáveis, visto que uso compartilhado de seringas pode transmitir o HIV.