12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Em meados de 1980, uma nova doença que comprometia o sistema imune e de etimologia desconhecida foi detectada, sendo reconhecida mais tarde como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Apesar dos avanços científicos acerca dessa patologia e a redução global de casos, a AIDS ainda se caracteriza por uma nebulosa teia de sub‐epidemias. Nesse contexto, se faz necessário o entendimento da evolução epidemiológica de algumas regiões.
Objetivo: Analisar os dados e delinear o perfil epidemiológico da AIDS no estado de Minas Gerais, Brasil, no período 2000‐2018.
Metodologia: Trata‐se de um estudo epidemiológico, descritivo e secundário, que se valeu dos dados obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo DATASUS, analisando‐se os aspectos sexo, escolaridade, raça/cor e idade.
Resultados: No período estudado, foram notificados 37.597 casos de AIDS e o número médio de casos em cada ano foi próximo de 1.979. A análise dos dados demonstrou que 67% dos casos pertenciam ao sexo masculino, algo também observado ano a ano com notificações masculinas superando as femininas. Em relação à escolaridade, 25% enquadraram‐se no segmento de 5ª a 8ª série incompleta, com a maior taxa em 2003. Os que possuem o ensino médio completo somam 13%, e no período de 2011 a 2018 registraram os maiores números. Quanto à raça/cor, 40% declararam‐se brancos, seguidos por 30% de pardos, em que o número de brancos supera o de pardos anualmente até 2016. Os dados mostraram que 41% estão na faixa de 20 a 34 anos, seguidos de 40% daqueles com 35 a 49. Ambas apresentam uma queda dos casos notificados a partir de 2014, mas ainda são as com maiores números.
Discussão/Conclusão: Nota‐se que a AIDS, em Minas Gerais, predomina em homens e indivíduos sem ensino superior, demonstrando a importância da criação/fortalecimento de políticas públicas que foquem na atenção a esses grupos. Além disso, observou‐se que apesar de se constatar uma redução geral no número de notificações a partir do ano de 2016, registrou‐se aumento das notificações no grupo de idosos com idade 65‐79 anos. Nesse sentido, considerando‐se que atualmente os idosos não são alvos das campanhas de apoio e prevenção e que, acrescido a isso, tal grupo sofre com mais comorbidades (como diabetes e doenças cardiovasculares), é crucial a criação de campanhas de prevenção e de programas de acompanhamento voltados à terceira idade.