Data: 18/10/2018 ‐ Sala: 6 ‐ Horário: 15:50‐16:00 ‐ Forma de Apresentação: Apresentação oral
Introdução: A infecção pelo pegivírus humano tipo 1 (HPgV‐1) está relacionada a um efeito benéfico no prognóstico de indivíduos coinfectados pelo HIV‐1. No entanto, os mecanismos envolvidos ainda não estão totalmente elucidados. Até o momento, existem poucos estudos sobre o HPgV‐1 no extremo sul do Brasil e os genótipos circulantes em indivíduos coinfectados com HIV‐1 ainda não foram identificados nessa região.
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo determinar a circulação genotípica do HPgV‐1, o tempo mínimo de permanência dessa infecção e a influência desse vírus na evolução da infecção pelo HIV‐1.
Metodologia: Uma coorte retrospectiva de 110 indivíduos coinfectados foi analisada. As amostras foram submetidas à extração de RNA, síntese de cDNA, nested‐PCR e genotipagem. As análises estatísticas foram feitas com o software SPSS v. 21.
Resultado: Foram identificados os genótipos 1 (2,8%), 2 (47,9% do subtipo 2a e 42,3% do subtipo 2b) e 3 (7%). O subtipo 2b foi associado a menores taxas de carga viral do HIV‐1 (p=0,03) e maiores taxas de células T CD4+ (p=0,009) em relação ao subtipo 2a. O tempo mínimo de infecção do HPgV‐1 foi em média 5,8 anos (DP±3,5). A sua persistência por oito anos ou mais foi associada a maiores taxas de células T CD4+ (p=0,02). O mesmo ocorreu em relação à presença do HPgV‐1 em indivíduos sem TARV, que também tiveram maiores taxas de células T CD4+ (p=0,03).
Discussão/conclusão: Determinados genótipos do HPgV‐1 atuam no melhor prognóstico da infecção pelo HIV‐1. A infecção pelo RNA‐HPgV‐1 é persistente e sugere‐se que influencie na contagem de células T CD4+, mesmo após a introdução da TARV. Entretanto, mais estudos sobre esse agente viral são necessários para esclarecer se a resposta imunológica provocada pela sua presença pode resultar em algum efeito deletério ainda não identificado e potencializar o surgimento de outras doenças.