A pandemia do novo coronavírus tornou-se uma ameaça à saúde pública mundial, culminando em uma crise sanitária sem precedentes. Na Bahia, Estado dividido em 9 macrorregiões de saúde, não foi diferente, sendo que o primeiro caso foi diagnosticado em março de 2020. Desde então, medidas para a contenção da disseminação do vírus foram adotadas, como o incentivo ao distanciamento social e a higienização das mãos. Diante disso, o presente estudo objetivou descrever a distribuição espaço temporal, o perfil demográfico, clínico, fatores de risco e critérios diagnósticos dos casos confirmados de COVID-19 na Bahia em 2020.
MétodosTrata-se de um estudo descritivo com dados secundários do SESAB/SUVISA/DIVEP-e-SUS, disponibilizado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia. As variáveis categóricas foram analisadas através de valores absolutos e porcentagens e as quantitativas pelas medidas de tendência central e dispersão. Foram calculadas a taxas de incidência e a regressão linear simples. Foi considerado estatisticamente significantes (p < 0,05).
ResultadosForam registrados 552.030 casos de COVID-19, média de 12.546,14 + 1.166,84 casos/semana e taxa de incidência de 3.697,30 casos/100.000hab. A curva da doença, mostrou forte coeficiente de determinação, curva ascendente e estatisticamente significante (R2 = 1,777, ß = 253,22, p = 0,005), apesar de apresentar oscilações. A macrorregião de saúde Sul e a Norte apresentaram a maior e menor taxa de incidência, respectivamente. A idade variou de menor de um a 109 anos, com mediana de 38,0 e IIQ [28,0-51,0], com maior taxa de incidência (5.520,10 casos/100.000hab) na faixa etária de 30-39 anos e naqueles do sexo feminino, 3.963,53 casos/100.000hab. Tosse, febre e dor de garganta foram os sintomas mais referidos, ser portador de doenças cardíacas crônicas e diabetes mellitus foram as comorbidades mais presentes nos infectados, sendo que, como fator de risco, ser profissional da saúde foi o mais frequente. O RT-PCR, teste rápido (anticorpo) e classificação diagnóstica laboratorial e clínico epidemiológico foram os mais utilizados.
ConclusõesA COVID-19 acometeu a população baiana de forma rápida e intensa. Políticas públicas de prevenção direcionadas para grupos que possuem maior taxa de infecção pela doença tornam-se necessárias. Ademais, medidas de distanciamento social e uso de máscara, associados a vacinação, são medidas que possuem respaldo científico no que diz respeito a contenção da pandemia.