Quando uma infecção de pele é tratada inadequadamente, o processo infeccioso tende a se perpetuar e originar feridas.
ObjetivoAnalisar o perfil epidemiológico dos micro-organismos em lesões cutâneas complexas do serviço de Estomaterapia e unidade de internação das Moléstias Infecciosas do HSPE de Jan-Dez/2021.
MétodoEstudo clínico, descritivo, observacional e retrospectivo de pacientes com suspeita de infecção em pele e planos profundos, submetidos a procedimento diagnóstico. Utilizada como ferramenta ficha clínica epidemiológica individual de controle dos pacientes com os dados obtidos pelo prontuário eletrônico (versão MV 2000). A avaliação microbiológica foi realizada por meio de punção ou biópsia de pele para identificação do micro-organismo e quando necessário, foi encaminhada amostra para anatomopatológico.
ResultadosForam incluídos 34 pacientes com a realização de procedimentos para diagnóstico etiológico e identificação do agente microbiológico. A maioria da população analisada foi composta por homens 22/34(64,7%), com idade média de 61,4 anos. A mediana foi de 59 anos com uma variação de idade (13 a 93 anos). Dentre os 34 pacientes estudados, apenas 6 possuíam lesões agudas (18%), sendo a maioria composta por lesões crônicas (26 pacientes,76%).
Obtivemos 45 culturas positivas e 8 culturas negativas com identificação de 19 micro-organismos diferentes causadores de infecção. A maioria das lesões complexas foram localizadas nos MMII (52,95%). A maioria já havia recebido tratamento antimicrobiano prévio (76,5%).
Os principais agentes encontrados foram os Gram positivos com uma prevalência para o S.aureus 24%. Dos BGNs mais prevalentes encontramos a P. aeruginosa em 11%.
ConclusãoNas amostras coletadas no estudo, a maioria foi obtida por punção ou biópsia de tecido, encontramos o S. aureus em 24,44% e o Staphylococcus spp em 35,56%, P.aeruginosa em 11% e Enterobacteriaceas. em 40% das amostras para BGN.
As lesões em MMII são as mais frequentes, o Staphylococcus spp tem alta taxa de sensibilidade para glicopeptídeos, oxazolidinonas, Sulfametoxazol/trimetropima e Fluorquinolona, porém, sensibilidade reduzida a baixa para Clindamicina e Oxacilina. Dentre os BGNs, a espécie da P. aeruginosa é a mais prevalente, contudo, quando se considera a família, das Enterobacteriaceas, está se sobrepõe. A melhor droga para tratamento dos BGNs foi o Cefepime, seguido da Amicacina e Meropenem.