A antibioticoprofilaxia em cirurgia tem como objetivo reduzir o risco de infecção do sítio cirúrgico. O estabelecimento de protocolos institucionais com a escolha correta e tempo de uso adequado permite a uniformização de condutas, com diminuição de custos e eventos adversos. Instrumentos de intervenção têm sido propostos para manter a duração adequada.
ObjetivoAvaliar o impacto da intervenção farmacêutica na taxa de adesão à duração da antibioticoprofilaxia cirúrgica conforme Protocolo Institucional.
MétodoEstudo retrospectivo quase-experimental, com intervenção, realizado em um hospital público oncológico, universitário, quaternário. Os períodos do estudo foram: pré-intervenção – 10/2020 a 03/2021, pós-intervenção – 04/2021 a 12/2021. A intervenção estruturada foi planejada e implementada dentro do Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos, e consistiu em dois pilares: 1. Educação das equipes assistenciais; 2. Intervenção direta pela Farmácia Clínica com a equipe médica responsável, nos casos de duração superior ao definido pelo Protocolo Institucional. Foram incluídos no estudo os procedimentos cirúrgicos das especialidades da Urologia e Grupo da Coluna, sendo excluídos os procedimentos classificados como “contaminado” ou “infectado”. Comparou-se a adesão quanto à duração do uso de antibiótico entre os dois períodos.
ResultadosForamincluídas no período 1143 cirurgias (402 no pré, e 741 no pós- intervenções; 1071 da Urologia, e 72 do Grupo da Coluna). No período pós, foram realizadas 58 intervenções diretas, sendo 54 na Urologia e 4 no Grupo da Coluna, com um total de adequação de 37 (64%), sendo 34 (63%) da Urologia e 3 (75%) do Grupo da Coluna. A taxa de adesão à duração da profilaxia foi de 56% no período pré, e 76% no período pós. Na Urologia foi de 73% pré, e 82% pós. No Grupo da Coluna foi de 39% pré, e 69% pós- intervenções.
ConclusãoO estudo mostrou um aumento à adesão ao protocolo institucional na duração da antibioticoprofilaxia cirúrgica, após intervenção estruturada, composta por componente educacional e de intervenção direta pela Farmácia Clínica. O resultado positivo suporta à manutenção e expansão de ações de intervenção associadas a Programas de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos.