Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a existência de uma pandemia causada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, agente etiológico da COVID-19. A partir disso, rapidamente esse vírus se propagou pelo mundo inteiro, vulnerabilizando diversos grupos, como as gestantes, isso porque sua infecção aumenta o risco de complicações e a morbimortalidade para a grávida e para o feto. No Brasil, até maio de 2022, cerca de 22 mil gestantes foram infectadas, culminando no óbito de 2.026 mulheres, além da necessidade de tratamento em Unidades de Terapia Intensiva para aproximadamente 25% desse total. Em vista desses impactos é evidente que a COVID-19 em gestantes consiste em uma grave questão de saúde pública.
ObjetivoDiante disso, propõe-se avaliar o perfil epidemiológico das gestantes infectadas pela COVID-19 no Brasil, a partir de dados do início da pandemia até maio de 2022.
MétodoTrata-se de um estudo epidemiológico descritivo observacional, baseado em dados disponíveis no Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19, plataforma de análise dos casos de gestantes e puérperas notificados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, desenvolvido pelo Ministério da Saúde.
ResultadosEpidemiológica da Gripe, desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia do SARS-CoV-2 foram notificados 22.048 casos de gestantes e puérperas infectadas pela COVID-19. Com base nesse total, evidencia-se que quanto a etnia, houve um predomínio de casos em mulheres pardas, representando 43,2% do total, seguido de mulheres brancas correspondendo a 36,4%. Acerca da escolaridade, em 56,4% dos casos esse dado não foi informado, porém quando declarado se constata uma prevalência de gestantes com o ensino médio completo, sendo 23,3%. Quanto à faixa etária, notou-se que 65,2% das mulheres possuíam 20 a 34 anos. Por fim, em relação ao momento gestacional, 50,3% das gestantes se infectaram no terceiro trimestre, enquanto o restante dos casos se distribuiu nos demais trimestres e no puerpério.
ConclusãoPortanto, considerando o grupo especial das gestantes no Brasil, é importante definir o grupo mais afetado pela COVID-19: mulheres pardas, com ensino médio completo, com cerca de 20 a 34 anos. A partir disso, é necessário criar ações efetivas visando diminuir o número de casos, em especial os mais graves, que resultam em óbito.