XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA tuberculose é uma das doenças transmissíveis mais letais do mundo, sendo um problema de saúde pública no Brasil, onde ocorreram aproximadamente 500 mil casos nos últimos 6 anos. Desses casos, 19.590 ocorreram em população em situação de rua, em que são escassos os estudos epidemiológicos que abordam especificamente essa doença na população em situação de rua do Nordeste brasileiro. Esse estudo tem como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico da Tuberculose na população em situação de rua no Nordeste de 2018 a junho de 2023.
MetodologiaRealizou-se um estudo epidemiológico ecológico retrospectivo, quantitativo e descritivo por dados coletados a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), na plataforma do Banco de Dados Digitais do SUS (DATASUS), do período de 2018 a junho de 2023. As variáveis analisadas segundo população em situação de rua no nordeste foram: casos confirmados por faixa etária, por sexo, por tratamento diretamente observado e por situação encerrada. A coleta foi realizada em junho de 2023.
Resultados e discussãoNa região Nordeste do Brasil foram registrados 3617 casos de tuberculose na população em situação de rua, correspondendo a 18,46% do total de casos do Brasil, sendo resultado de uma vulnerabilidade socioeconômica que predispõe ao aparecimento dessa doença. Em relação à faixa etária, a maior prevalência ocorre na faixa etária de 20 a 39, correspondendo a 53,74% do total dos casos. Segundo sexo 78,13% da população analisada era do sexo masculino. Em relação ao tratamento realizado, apenas 25,46% conseguiram realizar o tratamento diretamente observado, que é recomendado pela organização mundial da saúde. Em relação ao abandono do tratamento, 29,72% da população analisada abandonou o tratamento, se refletindo nas 251 mortes que ocorreram devido à tuberculose no período analisado.
ConclusãoA tuberculose se destaca entre os problemas de saúde pública do Brasil, ocorrendo muitos casos na população em situação de rua no nordeste. Assim, mais estudos são necessários para avaliar de forma específica essa parcela mais vulnerável da sociedade, com o objetivo de melhorar a prevenção e o controle da TB nessa parcela populacional.