XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA Tuberculose (TB) é uma patologia granulomatosa crônica, apresentando como principal agente etiológico o Mycobacterium tuberculosis. Ela é considerada como a principal doença infecciosa causadora de óbitos em todo o globo. Apesar de seu principal sítio de infecção ser o pulmão, o trato geniturinário (TGU) pode ser acometido pela infecção. Por conta de sua importância, faz-se necessário compreender as características dos pacientes que são acometidos pela patologia.
ObjetivosAnalisar as internações por TB do TGU, além de caracterizar o perfil epidemiológico dos afetados, no Brasil, entre 2004 e 2023.
MetodologiaUm estudo descritivo, ecológico e quantitativo com dados do departamento de informática do SUS (DATASUS). As informações obtidas foram referentes às internações por TB do TGU, entre Jan/2004 e Mar/2023, no Brasil, a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
ResultadosHouve um total de 6373 internações, onde o ano com maior e menor número foram 2004 (517) e 2023 (58), respectivamente. A região mais afetada foi a Sudeste (3515; 55,2%), seguida pelo Sul (1119; 17,6%) e Nordeste (1077; 16,9%). Destas, os principais representantes foram São Paulo (SP) (1922; 30,2%), Rio Grande do Sul (603; 9,5%) e Bahia (365; 5,7%). As faixas etárias mais acometidas foram entre 40 e 49 (1419; 22,27%), 30 e 39 (1297; 20,35%) e 50 e 59 anos (1249; 19,6%). Já o sexo, 3571 (56,03%) eram do sexo masculino, enquanto 2800 (43,94%) pacientes eram do feminino. Ademais, 229 (4%) eram tabagistas, 310 (5%) etilistas e 105 (2%) usuários de drogas ilícitas. Apesar disto, uma fração importante dos pacientes não preencheu os hábitos aqui apresentados (59%; 25%; e 59%, respectivamente).
ConclusãoA partir dos dados aqui apresentados, fica explícito que as internações por TB do TGU apresentaram uma leve queda, com uma estabilização a partir do ano de 2011. Nota-se um maior acometimento pelo Sudeste, com destaque para SP, por paciente do sexo masculino, com faixa etária de 30 a 59 anos. Além disso, percebeu-se que a maior parte dos pacientes não apresentavam hábitos que pudessem piorar sua condição de base. Por fim, entretanto, observou-se que uma fração considerável dos pacientes não tinham a ficha preenchida de maneira adequada. Isto torna-se um desafio importante para o traçado adequado e preciso do perfil epidemiológico dos pacientes, bem como seus hábitos, o que traria informações preciosas para possíveis medidas de prevenção da condição.