12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A sepse pode ser definida com uma disfunção orgânica, secundária a uma infecção, na qual o paciente desenvolve uma resposta inflamatória desregulada à agressão inicial. Uma das principais causas de morbimortalidade de pacientes gravemente enfermos, é caracterizada pelo aparecimento de mediadores inflamatórios que, acarretam alterações celulares e vasculares, que resultam em disfunção orgânica. O principal ambiente para seu desenvolvimento é o hospitalar, principalmente Unidades de Terapia Intensiva e, os principais focos iniciais de infecção são o trato respiratório, urinário e gastrointestinal. Os principais agentes associados são bactérias, fungos e alguns tipos de vírus. Recentemente, o novo coronavírus, Sars CoV‐2, é desencadeador de um processo de sepse, em pacientes com COVID‐19 grave.
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da sepse nas unidades de saúde ABC Paulista e, compará‐los com os dados publicados para o Estado de SP e demais regiões brasileiras.
Metodologia: As notificações de Sepse publicadas no SINAN‐DATASUS (Doenças e Agravos de Notificação), entre julho 2018 e julho 2020, nas cidades do ABC Paulista, foram tabulados, analisadas e comparadas com os dados publicados para as demais regiões brasileiras.
Resultados: Entre julho de 2018 e julho de 2020 foram notificadas 6.319 internações por sepse no ABC Paulista, com uma mortalidade de 52,65%. As cidades com maior número de internações foram Santo André e São Bernardo do Campo com 31,8% e 32,14%, respectivamente. Quando analisamos a mortalidade, a cidade de Mauá é a que apresenta as maiores taxas (87,29%), seguida de São Caetano do Sul (62,35%) e Ribeirão Pires (57,35%), mortalidades estas, maiores que a média Brasileira de 45,1% e, de todas as regiões isoladamente. Do total de casos no ABC, 53% ocorreram em indivíduos do sexo masculino, com mortalidade de 50,6%. A mortalidade em indivíduos do sexo feminino é de 55%.
Discussão/Conclusão: Segundo o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), a mortalidade nos hospitais privados brasileiros para sepse e choque séptico é de 23,4% e 56,2%, respectivamente, e nos hospitais públicos, de 44,2% e 72,9%. A diminuição da mortalidade é atrelada ao diagnóstico precoce e o rápido uso de antimicrobianos. Cada unidade hospitalar é responsável pela implementação de protocolos clínicos específicos de identificação e atendimento ao paciente séptico, diminuindo desfechos negativos. O Brasil apresenta uma das maiores mortalidades por sepse no mundo e, a mortalidade da cidade de Mauá é extremamente alarmante.